Especial 7 a 1: ‘Os brasileiros nunca esquecerão aquela derrota’

Escrito por

O Brasil amarga, nesta semana, o aniversário de um ano da goleada de 7 a 1 sofrida diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, no Mineirão. O LANCE! dá continuidade à série de matérias com opiniões de especialistas sobre o maior vexame da história da Seleção Brasileira. O colunista responsável por trazer à tona, nesta quinta-feira, um pouco do fiasco brasileiro no Mundial do ano passado é Mauro Beting.

– Foi o único jogo de Copa que pude assistir com meu filho caçula, pois estou sempre trabalhando. Eu tinha voltado do Rio de Janeiro para São Paulo, onde trabalharia na outra semifinal, entre Argentina e Holanda. Quando vi, em 6 minutos e 40 segundos, o Brasil tomar o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto gol, virei para ele e disse: “ Não vale, isso não é jogo de Copa”. Porém, infelizmente valeu. Se tem um ponto positivo nisso é resgatar o Maracanazo de 1950 e isentar o Barbosa, que não merecia pagar por todos os pecados. Além disso, foi um ponto importante para repensar o futebol.

BATE-BOLA COM MAURO BETING, COLUNISTA DO L!

1) Um ano depois do 7 a 1, o futebol brasileiro ainda deve se envergonhar?
Um ano depois, daqui a 50, 100...171 anos. O Brasil, os brasileiros e quem esteve em campo não se esquecerão. Afinal, uma derrota não é vergonhosa, mas nunca, em 100 anos, a Seleção Brasileira havia perdido um jogo por esse placar. Nunca, desde 1930, um País mandante acabou derrotado assim. E nunca, até o fim dos tempos, ninguém perderá uma semifinal de Copa por 7 a 1.

2) Você vê alguma mudança positiva no futebol brasileiro desde aquela goleada?
A saída do Marin, mas não necessariamente a chegada do Marco Polo. E também a mentalidade de que não podemos tomar outro 7 a 1. Porém, já tomamos isso na vida, como cidadãos e homens do esporte. Ninguém merece ser achincalhado, seja jogador ou membro da comissão técnica, embora o time tenha sido muito mal escalado para enfrentar a Alemanha. Muita coisa precisa ser feita.

3) O gol mais bonito do Brasil desde então foi marcado pelo FBI?
Foi o gol mais bonito da Seleção. E ele independente do 7 a 1. Mesmo se viesse o Hexa, a investigação precisava acontecer. Em 1970, o Brasil foi tricampeão em um momento terrível, de trevas, com a Ditadura Militar. Adiante, foi tetra e penta com Ricardo Teixeira, que não difere de quem está no comando. A única coisa é que o Marin conseguiu, em 3 anos, passar por aquilo que o Teixeira conseguiu escapar.

4) A superação do 7 a 1 passaria pela mudança do comando da CBF?
Também passaria. Mas, muitas vezes, no Brasil e no mundo, quem ganha, empata e perde é o jogador, independente de quem comanda a CBF.

5) Qual a melhor palavra que define o 7 a 1?
Não é tecnicamente uma palavra, mas lá vai: KKK (Kroos, Khedira e Klose). Não é piada de internet, tampouco a sigla da Ku Klux Klan, mas é uma piada assim mesmo.

6) A curto prazo, a Seleção voltará a alegrar o torcedor?
Curto não, por causa da geração, mas seremos Hexa. Só não digo Hepta pois lembra sete...

7) Se você fosse presidente da CBF por um dia, qual seria sua primeira medida?
Demitir toda a direção da CBF.

Siga o Lance! no Google News