Dia 27/10/2015
17:37
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A chatice ficou só para a Argentina. O Brasil voltou a jogar como Brasil e derrotou a Argentina no segundo jogo do Superclássico das Américas, nesta quarta-feira, em Belém. O placar de 2 a 0, gols de Lucas e Neymar, não deu espaço para contestações e o Brasil levantou a taça por ter empatado em 0 a 0 no primeiro jogo. Não foi o troco da derrota por 1 a 0 no amistoso em novembro de 2010, mas serviu para aliviar a barra de Mano Menezes.

Pelo cantar da torcida no Hino Nacional, que deu um show à parte no Mangueirão, já parecia que não seria uma noite qualquer. A camisa amarela foi a mesma do primeiro jogo, mas a disposição, quanta diferença! Um Brasil leve, que começou pressionando a Argentina, principalmente pelos lados do canto, com Lucas e Neymar, que tinham o apoio dos laterais Danilo e Cortês. E foi no embalo dos novatos que a Seleção quase abriu o placar aos 12 minutos, com a Joia do Santos finalizando de fora da área. Orion apareceu bem.

A escalação da Argentina já mostrava que os hermanos viriam dispostos a se defender. Em um 3-6-1 que às vezes virava 3-5-2, com a aproximação de Montillo ao atacante Viatri, o time de Sabella ficou encolhido por boa parte do primeiro tempo, dando espaço para o Brasil atacar ao marcar da linha do meio-campo para trás.

Aos poucos, a tática defensiva passou a ser mais eficiente e a Seleção não conseguiu passar pela barreira rival. A partida enfeiou. Os vizinhos passaram a bater mais – com o “aval” do árbitro Jorge Larrionda – e, com a ajuda do gramado cheio de areia, seguraram o Brasil. Lucas foi uma das vítimas, ao receber uma cotovelada de Papa no rosto e passar o primeiro tempo inteiro sangrando.

Explorando os lados do campo, Neymar chegou a ter lampejos da genialidade, distribuindo dribles da vaca nos argentinos. Mas nem isso resolveu. Ronaldinho Gaúcho só apareceu em cobranças de falta. Na primeira, isolou. Na segunda, arrancou o grito de “Uh!” do Mangueirão.

Mas o lamento ecoou de forma mais intensa aos 38 minutos, quando Lucas fez linda jogada, acionou Borges na direita, que rolou para o meio, em direção a Neymar. Mas, mesmo de cara e na pequena área, o camisa 11 simplesmente furou! Nem parecia o Neymar.

No segundo tempo, a primeira chance clara foi da Argentina, aos sete minutos. Pelo menos o espaço dado a Fernandez serviu para Jefferson trabalhar e acordar de vez o Brasil. Logo no minuto seguinte, Lucas foi lançado em altíssima velocidade por Borges. E ele correu, não tomou conhecimento do zagueiro, correu mais um pouco, e só parou para comemorar, depois de dar um toque no canto de Orión. Foi a resposta de quem vinha sendo preterido por Mano. Êxtase no Mangueirão.

FOTOS:
> Veja as imagens do confronto entre Brasil e Argentina

Depois disso o Brasil passou a desfilar. Principalmente pela passarela que foi montada no lado esquerdo do ataque. Pelo menos o futebol de Cortês foi bonito. Nem o gol sofrido mudou a postura da Argentina. Tanto que a primeira substituição foi sacar Canteros e colocar Bolatti.

Mas a Seleção não ficou só no malabarismo e ampliou o placar. Aos 30 minutos, Cortês apareceu bem e iniciou a jogada, Diego Souza, que havia entrado no lugar de Lucas, cruzou rasteiro para Neymar. Mesmo trombando com Papa e o goleiro Orion, desta vez ele não perdeu e mandou a bola para o fundo das redes.

Foi a coroação de festa e o ápice da satisfação para os mais de 40 mil torcedores que estiveram no Mangueirão. Valeu até o grito de "É campeão!".

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FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 X 0 ARGENTINA
Local: Mangueirão, Belém (PA)
Data/Hora: 28/09/2011, às 21h50
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Assistentes: Maurício Espinosa (URU) e Pablo Fandiño (URU)
Renda e público: R$. 2.579.160,00/43.038 pagantes
Cartões amarelos: Desábato (ARG)
Gols: Lucas, 8'/2ºT (1-0); Neymar, 30'/2º (2-0)

BRASIL: Jefferson, Danilo, Dedé, Réver e Cortês (Kleber, 40'/2ºT); Ralf, Rômulo e Ronaldinho; Lucas (Diego Souza, 24'/2ºT), Neymar e Borges (Fred, 28'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.

ARGENTINA: Orion; Cellay, Domínguez e Desabato; Pillud (Mouche, 32'/2ºT), Augusto Fernández, Canteros (Bolatti, 14'/2ºT), Guiñazú e Papa; Montillo e Viatri. Técnico: Alejandro Sabella.

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