Morador da Praia Grande, Hizunomê explica nome e sonha ganhar o SuperSurf ‘em casa’

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A grande finalíssima da segunda etapa do Oi SuperSurf, sediada em Ubatuba (SP), será disputada na manhã deste domingo. Dentre os favoritos a conquistar o prêmio de 15 mil reais dado ao vencedor está Hizunomê Bettero, exímio conhecedor de Praia Grande, local das competições, por ter surfado quase a vida inteira nestas águas. Para o ubatubense, após ter sido campeão do Paulista Pro em Praia Grande há uma semana, a chance é única de conquistar o título do SuperSurf em sua terra.

- Muito bom poder competir em casa. As competições sempre foram em Itamambuca, também onda que a gente surfa muito, mas eu particularmente cresci aqui. É muito prazeroso surfar onde você aprendeu, onde tem conhecimento pela onda. Além de dar uma tranquilidade a mais, ao mesmo tempo dá uma adrenalina extra porque você quer mostrar serviço, está no lugar onde as pessoas ficam esperando algo a mais de você - afirma o surfista ‘Hizu’, como é conhecido, ao LANCE!.

Morador do bairro Ipiranguinha, localizado a dez minutos de Praia Grande, o surfista de 29 anos poderia ter se tornado um ‘novo Giba’ quando era pequeno. Impedido de treinar vôlei por causa da idade, por ironia do destino, Hizunomê foi para as águas.

- Comecei a surfar na Praia Grande. Fui fazer escolinha de vôlei, meu pai gostava muito de vôlei, ele era professor de educação física. Quando chegou à escolinha de vôlei, lá na Prefeitura, não poderia fazer porque era só a partir de dez anos. Na época, eu tinha oito. A única modalidade que eu poderia praticar era o surfe. Meu pai perguntou se eu queria fazer surfe, entrei na escolinha e deu o que deu. Estamos aí até hoje – lembra o ubatubense.

Ensinado a surfar na Escolinha do Jacó, Hizunomê demonstrou interesse pelo esporte desde cedo. Com a confiança dos treinadores, decidiu carreira no surfe, tornou-se profissional, mas não esqueceu as lembranças da praia. Além de recordar Filipinho Toledo, um dos destaques do Brasil no Circuito Mundial, dando as primeiras braçadas, também lembra, com sorriso no rosto, quando brincava com os amigos na areia de Praia Grande.

- Lembro onde está este palanque, a vida inteira a gente parou aqui, fez uma roda para alongar, começava os treinamentos e a galera ia correndo para bateria. Jogava bola, um zoando o outro, depois todo mundo ia para água surfar, sem pressão ou cobrança nenhuma. Quando você vira profissional, além do prazer do surfe, está trabalhando ao mesmo tempo. Quando era moleque era aquela parada mais irada do surfe que tem: você acaba de surfar, come biscoito, come o que quiser, não tem preocupação nenhuma, só quer entrar na água e surfar com os amigos. Isso é o que faz o surfe dar esse prazer – define Hizu.

Agressivo dentro da água, o pai de família Hizunomê é tranquilo longe do mar. Com o seu filho Orion, de oito anos, dentro do mar, é que encontra o equilíbrio. Curiosamente, o mesmo significado de seu nome.

- Minha família toda é messiânica. Escolheram esse nome pelo significado. Hizunomê significa equilíbrio. Meio da cruz, entre o fogo e a água, o espírito e a matéria. Sou o filho do meio na família, botaram para ver se dava uma equilibrada – completa.

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