Pan é porta de entrada para novata fã de Fofão sonhar com Jogos Olímpicos

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Dizem que para o Brasil, a um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, o Pan de Toronto, no Canadá, não significa muito. Mas se não fosse o evento, que coincide com as datas Grand Prix, uma novata da Seleção feminina de vôlei poderia perder a maior chance da carreira.

Com a ousadia que lhe é característica, Macris, de 26 anos e 1,78m, demonstra personalidade para ser uma das possíveis levantadoras da equipe na Rio-2016. As portas estão se abrindo aos poucos. Nesta quinta-feira, ela comanda o time contra Porto Rico, às 20h (de Brasília), por vaga na final.

Em 2015, Macris foi convocada pela primeira vez pelo técnico José Roberto Guimarães. Ela vê Fofão como inspiração e quer seguir os passos da recordista de participações olímpicas, que competiu de Barcelona-1992 a Pequim-2008.

Graças às boas atuações recentes e ao pedido de dispensa de Fabíola, antes cotada para ser uma das “donas” da posição no Rio de Janeiro em 2016, ao lado da titular Dani Lins (que está no time do Grand Prix), Macris se apresenta atualmente como opção forte.

Na competição canadense, ela já foi titular nas três vitórias do Brasil - contra Porto Rico, Peru e Estados Unidos. E chamou a atenção pelas bolas de segunda, típicas das levantadoras, mas com uma diferença: Macris também surpreende as adversárias com um toque, ou seja, utilizando as duas mãos, e não somente com apenas uma delas, como faz a maioria.

A campanha em Toronto, que pode terminar com a quinta medalha de ouro da Seleção em Pans, precisa ser a melhor possível. Afinal, o tempo é curto até a Olimpíada. Mas Macris já mostra que tem tudo para passar no teste.

– Estou fazendo o melhor trabalho que eu posso. De resto, vou deixar nas mãos da comissão técnica. Eles é que vão analisar tudo. Mas eu sei que vou dar o meu máximo e espero conseguir ajudar e conquistar o meu espaço – afirmou a tímida jogadora ao LANCE!.

Torcedora do Corinthians, amante de basquete e de tênis, Macris construiu a carreira em clubes de São Paulo antes de vestir a camisa verde e amarela e de assinar contrato com o Brasília, equipe que defenderá na Superliga 2015/2016.

As primeiras aparições da levantadora no vôlei de alto nível aconteceram em São Caetano do Sul (SP), onde ela teve Fofão como companheira de treinos entre 2008 e 2009. Na época, era apenas a terceira levantadora do time.

Depois, atuou em São Bernardo e despertou interesse do Pinheiros, comandado por Wagão, assistente técnico de Zé Roberto na Seleção. Nas últimas duas edições da Superliga, defendendo o clube, ela foi premiada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) como melhor levantadora. 

Ao falar da grande inspiração que a motiva a brilhar pelo time nacional, Macris resume tudo aquilo em que pretende se tornar em breve:

– Craque! Fofão é um exemplo, um ídolo mesmo. 

Macris, levantadora da Seleção Brasileira, ao LANCE!Bate-bola

LANCE!: Como você encarou os prêmios de melhor levantadora das últimas duas Superliga?
Macris: Encarei de uma forma positiva, como uma forma de trazer um retorno bom para o trabalho que eu venho fazendo. Os prêmios são baseados nas estatísticas da CBV, e para mim é bom saber que eu fiz bem o meu trabalho em meio a grandes levantadoras.

L!: Como recebeu a notícia da primeira convocação?
M: Foi o pessoal do Pinheiros que me falou, e eu fiquei muito feliz.

L!: Como foi seu início no vôlei?
M: Eu comecei jogando desde novinha, sete ou oito anos, lá em São Caetano. Fiz toda minha base lá até o juvenil. E meus pais, que eram professores de educação física, sempre me iniciaram assim para ter coordenação motora e tal.

L!: Quais são seus hobbies?
M: Eu gosto de passear. Ir no cinema, teatro, restaurantes. Gosto também de ficar em casa, ler livros. Sou bem tranquila.

Quem é
Nome: Macris Fernanda Silva Carneiro
Data e local de nascimento: 3 de março de 1989, em Santo André (SP)
Altura e peso: 1,78m e 60kg
Prêmios: Melhor levantadora das edições 2013/2014 e 2014/2015 da Superliga

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