Pelé faz visita a escolinha nos EUA e elogia futebol feminino no país

Escrito por

Pelé desceu do carro mancando, ainda resquício da cirurgia no quadril em novembro do ano passado. No campinho de futebol no Riverside Park, em Nova York (EUA), chegou aplaudido e reverenciado. As dificuldades para andar aumentaram a partir do momento que a ficha começou a cair nos presentes. Lá, mais de cem crianças - e seus respectivos pais - tentaram a qualquer custo pegar um autógrafo, tirar fotos ou dar uma palavra com o ex-jogador.

Desde 1999, o brasileiro Carlos Oliveira comanda a C.O.S. Academy, única escolinha brasileira de futebol na cidade americana. De seu primeiro dia de funcionamento, quando seis crianças interessadas no "soccer" resolveram tomar aulas, até os dias atuais, mais de 17 mil, com idade entre 4 e 14 anos, já passaram pelos campinhos, que variam de acordo com a época do ano.

- O futebol é o esporte mais jogado entre as crianças americanas hoje em dia. Há 15 anos não era popular, mas agora já é o mais jogado. É um prazer saber que nos Estados Unidos, onde as ligações são fortes com outros esportes, como o futebol americano, beisebol, lacrosse e basquete, o nosso futebol é o mais jogado entre as crianças. Estamos mudando um conceito - disse o "coach" Oliveira.

O professor conta com a ajuda de latino-americanos, entre colombianos, peruanos e equatorianos, para dar aulas. No entanto, as raízes brasileiras são as mais destacadas. Um dos garotos vestia a camisa 10 da Seleção Brasileira com o nome de Kaká. Em alguns dias da semana, um grupo de samba é chamado para entreter as crianças. Há alguns meses, o ex-jogador Bebeto foi chamado para dar o pontapé inicial de uma partida no Central Park.

Nesta quarta-feira, a Gillette promoveu a visita de Pelé ao local. Carlos Oliveira, nascido em Santos, começou a ter o primeiro contato com o Rei no clube da Baixada. Em 1974, quando começou a treinar nas categorias de base do Peixe, o ex-jogador resolveu se aposentar.

Após uma proposta milionária do New York Cosmos (EUA), porém, Pelé voltou a jogar em 1975 e no clube americano atuou até 1977, quando fez sua despedida em um amistoso diante do Santos, jogando um tempo por cada equipe. Em agosto deste ano, ele esteve em Nova York e deu o pontapé inicial na partida qu marcou a reestreia do Cosmos em torneios profissionais, depois de cerca de 30 anos sem existir.

No campo do Riverside Park, nesta quarta, ele teve uma breve conversa com as crianças, todas sentadas e ouvindo-o falar em português (com tradução do professor da escolinha para o inglês). Ele frisou, entre outras coisas, que só fez mais de mil gols na carreira porque jogava para a equipe e seus companheiros o ajudaram.

- Se tem uma coisa que fazemos bem e emprestamos para os americanos é jogar futebol. As mulheres são muito bem desenvolvidas, são as melhores do mundo - disse Pelé, em contato com os jornalistas.

De 1991 a 2011, em seis edições da Copa do Mundo de futebol feminino, os Estados Unidos conquistaram dois títulos, um vice e chegaram em terceiro em três ocasiões.

No início da próxima semana, o Rei pretende deixar Nova York rumo a Boston (EUA), para acompanhar in loco o amistoso entre Brasil e Portugal, no Gillette Stadium, que ocorrerá na terça-feira à noite.

*O repórter viaja a convite da Gillette

Siga o Lance! no Google News