Planejamento da Seleção Brasileira pode ser posto à prova na decisão

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Se o esquema de preparação para a disputa da Copa das Confederações for tão importante quanto à força dos talentos individuais, a Seleção Brasileira deverá ter grandes dificuldades para conquistar o título da competição neste domingo. Pelo menos é essa a visão de especialistas da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) que atentaram que a pressão emocional, deflagrado com início de disputa da fase de mata-mata do torneio, pode expor certas fragilidades presentes no planejamento da equipe comandada por Felipe Scolari.

Um dos pontos colocadas em discussão por professores da da UNESP foi a ausência de um acompanhamento psicológico desenvolvido a longo prazo junto aos jogadores da Seleção. De acordo com o especialista em psicologia do esporte Afonso Machado, para um grupo com média de idade reduzida, com pouca experiência internacional e com a obrigação de vencer em casa, esta preocupação deveria ter sido imperativa desde o ínicio do trabalho.

- O trabalho deveria ter começado lá em em julho, agosto, setembro, outubro, para que os atletas, o técnico e o staff do técnico se acostumassem ao trabalho e às palavras da psicologia do esporte. A preparação física destes atletas não começou há quinze dias. Eles já chegam condicionados ou eles não estarão condicionados. Faltou um planejamento a longo prazo relacionado ao psicológico dos jogadores - avaliou o especialista. 

Outro tema que voltou a ser pauta de debate, dessa vez, no campus universitário, foi a falta de uma continuidade no trabalho que vinha sendo desenvolvido na Seleção Brasileira até a Copa de 2010. Para o especialista em Ciências da Comunicação José Carlos Marques, o fenômeno que colocou Julio Cesar, Daniel Alves e Thiago Silva como únicos remanescentes do Mundial da África do Sul não remete somente às práticas esportivas empreendidas no país, mas a própria cultura do Brasil. 

- Algo que é muito típico do futebol brasileiro é que sempre que acontece a derrota numa Copa do Mundo é como se aquela geração não pudesse servir mais. Então, tiram os jogadores e trocam o técnico. O histórico do futebol brasileiro é um histórico de descontinuidade. Se olharmos para a Alemanha, veremos que eles mantém o mesmo treinador e tem uma geração que tem sido amadurecida, ano após ano. Essa descontinuidade que temos no Brasil, no entanto, não é algo apenas típico do nosso futebol. É típico da nossa cultura. São arranjos e desaranjos constantes que não obedecem o planejamento a longo prazo - discursou.

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