Seis meses de Eurico: título carioca, orçamento reduzido e Brasileiro ruim

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Há exatos seis meses, Eurico Miranda era empossado como novo presidente do Vasco. No discurso da posse, garantiu o “retorno do respeito a São Januário”. Com o passar do tempo, a frase se tornou um mantra e virou febre no clube após a conquista do Campeonato Carioca. Entretanto, o início ruim no Campeonato Brasileiro muda o panorama no clube, que já sofre pressão por resultados.

Até agora, foram quatro jogos, três empates e uma derrota no Brasileirão. O único resultado negativo neste período, sofrido para o Atlético-MG, no domingo, também foi o mais impiedoso desta gestão. Os 3 a 0 logo no primeiro tempo serviram de alerta para a equipe, que já entrou na zona de rebaixamento, e precisa a Ponte Preta, amanhã, às 19h30, em São Januário.

Na sexta passada, Eurico garantiu que não há nenhuma pressão no clube, principalmente em cima do técnico Doriva. Ainda assim, a pressão externa começa a ganhar força, principalmente depois da derrota para o Galo. Ontem, o lateral-direito Madson admitiu incômodo pela falta de resultados, mas valorizou alguns pontos positivos.

- Sinto (clima delicado). São seis jogos sem vencer, mas muitos sem perder, também. Eu estaria mais preocupado se não estivessemos criando, jogando de forma apática. Mas isso não está acontecendo e é bom. Temos que focar novamente, lembrar o time do Carioca e, assim, conquistar a primeira vitória no Brasileiro - comentou Madson.

O jogo contra a Ponte ainda ganha mais importância porque, em seguida, o Vasco encara uma sequência complicada. No sábado, visita o Atlético-PR, na Arena da Baixada, e no outro fim de semana pega o Cruzeiro, no Mineirão. É bom abrir o olho para evitar uma situação mais complicada em breve...

REFORMAS VALORIZAM GESTÃO

Desde o início do ano, São Januário virou um verdadeiro canteiro de obras. Vários locais da sede recebem reformas estruturais e alguns já até ficaram prontos. É o caso do alojamento para a categoria de base, que ficará ao lado do departamento de futebol e vai abrigar boa parte dos garotos que atuam pelo clube.

Nas próximas semanas, também será inaugurado o novo refeitório para funcionários. Assim, o esporte ficará desvinculado do resto do clube. O ginásio principal já está na fase final da reforma. A cobertura já está pronta e o novo piso, financiado pelos torcedores, através de uma campanha de doação em massa, também está quase pronto. Em breve será reaberto para os esportes de quadra.

Do outro lado do estádio, os novos acessos e bilheterias para visitantes estão em andamento. Os antigos serão desativados para a construção do campo anexo, que está previsto para setembro. O Colégio Vasco da Gama também passou por reformas e fez parceria com a escola GPI.

Por fim, o parque aquático, fechado há dois anos, passa por reformas estruturais. Estudos detectaram que não há vazamento na piscina.

DIFICULDADE PELO CAMISA 10

A gestão Eurico Miranda tem sido marcada pelos gastos reduzidos. Por conta das dificuldades financeiras, a direção tem o mercado reduzido na procura por um meia, que falta ao time. A procura segue e, por enquanto, o atacante Dagoberto é o articulador principal da equipe. Ele só não atuou contra o Atlético-MG, no domingo, por suspensão. Todos os contratados para esta temporada chegaram a São Januário por empréstimo ou estavam sem clube.

A falta de dinheiro foi amenizada com a recente oficialização do patrocínio da Caixa Econômica Federal. O banco teve seu vínculo prolongado na sexta-feira, e garantiu R$ 15 milhões nos cofres cruz-maltinos até o fim do ano. Na última partida, a logomarca da estatal foi vista, também, na omoplata dos uniformes.

De todo modo, a crise está reduzida, se comparada com os anos anteriores. Ao menos, os salários têm sido pagos em dia. A preocupação com a organização financeira do clube tem sido um pilar do mandato. Ao “colocar a casa em ordem”, a obtenção das Certidões Negativas foi um dos primeiros feitos da gestão, o que permitiu a negociação com a Caixa.

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