Em julgamento realizado no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, em Macéio, na última terça-feira, Al-Unser Ayslan Silva do Nascimento, de 22 anos, ex-diretor da Máfia Vermelha, torcida organizada do América-RN, foi condenado a 20 anos e nove meses de prisão por homicídio duplamente qualificado. Levado a júri popular, ele foi apontado como o responsável pelo assassinato de Jonathan Daniel dos Santos, de 24 anos, torcedor do CRB. O crime aconteceu após o jogo entre as duas equipes, no dia 7 de julho de 2012, válido pela nona rodada da Série B do Campeonato Brasileiro e disputado no Estádio Rei Pelé, na capital alagoana.
Al-Unser Ayslan Silva do Nascimento, diretor da Máfia Vermelha na época do crime, estava recolhido no sistema penitenciário alagoano desde o ocorrido aguardando pelo julgamento. Em um primeiro momento, ele admitiu ter sido o autor do disparo, feito por um revólver calibre 38, que causou a morte de Jonathan durante uma confusão entre torcedores de CRB e América. Santos foi baleado na altura do peito em frente ao Rei Pelé, chegou a ser encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu e faleceu.
Apesar de ter admitido a autoria do crime ao ser detido, Al-Unser, logo na sequência, mudou sua versão ao garantir ter sido torturado por policiais da Delegacia de Homicídios de Maceió e funcionários do Sistema Prisional local para assinar o termo de confissão. Ele manteve tal posição durante o julgamento, o que acabou não sendo suficiente para evitar a sua condenação pelos jurados, que aceitaram a tese de homicídio duplamente qualificado.
O juiz Maurício Breda, da 8ª Vara Criminal da capital, o responsável por presidir o julgamento, mostrou o termo de confissão assinado por Al-Unser deixando claro que não havia diferença entre a grafia no papel que ele assinara sob alegação de tortura física e psicológica e a que constava em uma folha assinada espontaneamente. Segundo o Ministério Público Estadual de Alagoas, esse foi o primeiro julgamento de um homicídio ocorrido em um estádio de futebol.