Vaias e gritos de "Itália, Itália" irritaram Luiz Felipe Scolari na saída do ônibus da Seleção Brasileira do estádio Pituaçu, nesta sexta-feira. Após o treino fechado ao público, alguns torcedores esperaram a delegação sair para protestar. Um policial lamentou o fato de a CBF ter aberto treinamentos em Goiânia e Fortaleza.
A situação fez com que Felipão fizesse um pronunciamento antes mesmo de começar a responder às perguntas dos jornalistas na entrevista coletiva, que foi realizada na Arena Fonte Nova, já de noite.
– Eu quero deixar bem claro uma situação que envolve a Seleção, e que não compete a nós. Fomos repreendidos severamente pela Fifa por abrir o treino em Fortaleza. Não vamos mais abrir treino porque não é permitido. Não somos nós, não sou eu. É bom que escrevam isso. Para que a Seleção não passe por vaias como aconteceu agora. Nos horários que a Fifa permitir, vamos abrir – comentou.
Felipão tem se incomodado com questões externas que envolvem uma competição no Brasil. No começo da semana, chegou a falar que a realização da Copa do Mundo no país é um inferno.
– A Seleção jogando no Brasil é horrível para fechar treino, horrível para sair na rua. Jogadores presos, sem liberdade, não podem colocar pé na praia. É um pouco mais difícil – repetiu o treinador, ressaltando que a postura dos atletas na concentração tem sido exemplar.
O outro lado
Apesar da irritação, Felipão espera que o ambiente na Fonte Nova seja de festa, assim como aconteceu em Fortaleza, contra o México. A manifestação do público cearense na hora do Hino Nacional voltou a ser lembrada pelo treinador.
– Já vim jogar na Bahia uma vez. Foram mais efusivos que em Fortaleza. Nessa área de Recife para baixo, Fortaleza, é fantástico. A forma como eles sentem e vibram com hino. Tomara que seja mais uma vez, a gente viva isso, e possa passar às milhares de pessoas que vivemos nosso país com ardor – afirmou.
O treino desta sexta à tarde foi o único da Seleção em Salvador.