Os resultados da treinadora Cristina Resende nos últimos meses já deixaram claro que as mulheres têm seu lugar ao sol no profissionalismo no turfe. O mês de setembro se aproxima e três joquetas vão fazer das pistas da Gávea o seu principal palco para reafirmar que o sexo feminino pode (e deve) fazer parte do cotidiano dos turfistas, deixando ainda mais atrativa uma disputa que por muitos anos ficou nas mãos dos homens: Josiane Goulart está de volta ao turfe carioca, pronta para fazer o que mais sabe, vencer; Victoria Dias Mota, que estreia em agosto, é a grande promessa da Escola de Aprendizes; e Lu Andrade, cada vez mais madura, deve reaparecer em meados de setembro. Um toque feminino nas pistas da Gávea.
Recordista de vitórias quando era aprendiz, com 131 triunfos, Josiane Gulart já é figura fácil nos matinais da Gávea. A esposa do jóquei Vagner Leal estava em atividade no turfe paulista, onde figurou entre as primeiras da estatística e conquistou a sua maior fama. Deve voltar de licença maternidade pronta a assinar montarias em setembro. “Já venho trabalhando na raia alguns dias na semana e aos poucos vou treinando para poder retornar o quanto antes. Minha vida é turfe e logo estarei pronta para atuar, podem esperar”, promete Josiane, natural de Carazinho (RS) e que foi criada no turfe.
No dia 12 de agosto, a joqueta Victoria Dias Mota estreará nas pistas. Filha do jóquei Alex Mota com a ex-treinadora e hoje comentarista da TV Turfe, Juliana Dias, Victoria está cercada de esperanças. Não apenas pela tradição familiar, mas pelo que tem mostrado nos matinais: muito à vontade na raia, parece herdar do pai a malícia com as rédeas, tornando fácil a arte de montar cavalos.
Lu Andrade, que se recupera de uma queda, deve voltar aos treinamentos para fazer o que mais gosta: montar cavalos de corrida. Apesar da determinação, Lu vai retornar à raia em agosto, de forma mais moderada.
“Quero fazer diferente das últimas vezes, quando voltei antes do tempo. A determinação é a mesma, e vai ser magnífico ter Josiane e a Victoria nas pistas. Seria justo, também, termos a descarga de dois quilos. Aqui é o único esporte em que as mulheres competem em igualdade com os homens”, alertou.
Em São Paulo, por exemplo, as joquetas têm descarga de peso (chegou a ser de até a dois quilos), o que torna um atrativo para receber mais oportunidades de montaria, com reais chances de vitória. Tudo indica que a Comissão de Corridas, agindo coerentemente, vá ceder. Afinal, três joquetas em ação nas pistas da Gávea pode ser mais um importante atrativo nas corridas e de oportunidade de mídia.
O esporte dos Reis vai dando espaço as suas rainhas, e aos poucos elas vão dar as cartas na Gávea. Boa sorte, meninas!