O comunicado de Messi para a diretoria do Barcelona manifestando seu desejo de deixar o clube pegou o mundo do futebol de surpresa. O extraterrestre formado na base da La Masia e há 20 anos na equipe catalã está prestes a tomar um novo rumo na carreira aos 33 anos. Pretendentes não faltam, mas o grande especulado é o Manchester City, time em que o argentino poderia se reencontrar com Pep Guardiola.
A última temporada culé foi uma sucessão de 8 a 2 e a relação entre o jogador e o Barça foi perdendo o encanto de forma mais veemente com a demissão do técnico Ernesto Valverde. Messi entrou em conflito com Abidal, até então diretor de futebol. Depois veio o Barçagate, os problemas de relacionamento com o novo treinador, Quique Setién, e sua comissão técnica e culminou com a goleada histórica sofrida contra o Bayern na Liga dos Campeões.
Em entrevista ao LANCE!, o jornalista Pablo Planas, do “Mundo Deportivo”, acredita que a decisão de Messi já está consolidada e vem sendo pensada há muito tempo. E uma renúncia do presidente Josep Maria Bartomeu pode não fazer a menor diferença para o craque que busca um outro projeto futebolístico.
- Eu acredito que a decisão não dependerá da continuidade ou não de Bartomeu. A decisão de Messi se baseia em desencontros com a diretoria em mitos níveis. No último ano vimos enfrentamentos diretos e a despedida não foi nem com uma chamada, mas com burofax (uma espécie de carta registrada no Brasil). Não esteve de acordo com a gestão de muitas questões e o 8 a 2 foi a gota d’água.
As demissões de Setién e Abidal não foram suficientes para segurar o argentino e o projeto de Ronald Koeman, recém-contratado para o comando do time, não parece ter agradado o camisa 10. O técnico holandês também já disse não contar com Suárez, grande amigo pessoal de Messi.
- Há um desgaste há muito tempo. Já não é sobre nomes, mas sim de um projeto que Messi sabe que não é vencedor e que não será em um futuro imediato. Claro que gostaria de contar com Suárez em sua equipe. Mas ver como o uruguaio foi comunicado em uma chamada (telefônica), nem de forma presencial, é interpretado por Messi como mais uma direção que não tem nada a ver. Faz tempo que ele está pensando nesta decisão.
Confira outros trechos da entrevista com Pablo Planas:
LANCE!: Xavi seria capaz de manter o argentino no clube?
Pablo Planas: Poderia ter sido. Agora vejo difícil a chegada de Xavi. Acabou-se de anunciar a chegada de uma comissão e a diretoria não vai demitir até que possa enquadrar as contas.
LANCE!: Você acredita que Messi queira se juntar a Guardiola?
Pablo Planas: Não temos informações nesse sentido. Não me estranharia, porque se conhecem e sabe que há um projeto ambicioso e vencedor. Além de ter Aguero na equipe.
LANCE!: Os jovens do plantel, como Puig, Fati e De Jong são capazes de fazer uma revolução ou o clube precisa contratar nomes fortes?
Pablo Planas: Depende do que se queira. Se quiser uma revolução para ganhar já, tem que contratar. Mas também não há dinheiro. A longo prazo, os jovens devem ser a base (do time) somando-se com contratações.