(I)
É difícil explicar como uma celebridade de tamanho colossal pode ser tão mal assessorada do ponto de vista jurídico e de imagem. Messi já conhece a solidão fora da família e, sem Luis Suárez no Barça, a temporada que começa será ainda mais difícil. O que é comum nas guerras é que elas trazem à tona o que há de pior nas pessoas, até mesmo quando elas estão no grupo das melhores pessoas. Messi fica, mas o faz com muita raiva, atirando de novo na liderança do Barcelona, dizendo que não tem projeto e vive apenas tapando buracos.
(II)
Bartomeu não passará para a história como o presidente que dispensou Messi, mas como aquele que arruinou o clube, aquele que não falou com sua estrela, aquele que ameaçou levá-lo a tribunal. Agora não será fácil lidar com este confuso Messi, vendo fantasmas por toda parte e sentindo, como fez o ano todo, que tem o inimigo em casa. O ídolo, a futura lenda, o jogador da história, será visto assim em uma década, transformado em arma de um processo eleitoral muito longo que só vai alargar as costuras surradas de um clube à deriva, pela incapacidade de seus líderes atuais.
(III)
Sim, agora, Messi fixou prazo para sua aventura no Barça. Terminará em junho de 2021, E, se no dia 1º de janeiro ele anunciar o time em que jogará para sair da batalha eleitoral, talvez fosse até um bom gesto que o 10 desista da faixa de capitão para se concentrar no jogo. Haverá de seguir a trilha do dinheiro, a batalha entre Qatar e Emirados Árabes Unidos e até a contratação de Neymar pela marca esportiva Puma, para entender os meandros que podem levar o futebolista argentino ao seu destino final no futebol de elite.