Deixar as atenções voltadas exclusivamente para o combate à pandemia de Covid-19 e paralisar as atividades não essenciais são as principais plataformas de Henrique Simonard. O candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo Partido da Causa Operária (PCO) traz um posicionamento crítico quanto à retomada dos jogos de futebol e condiciona a volta do público aos estádios e ginásios ao surgimento de uma vacina para o vírus que assola o mundo.
Oitavo entrevistado do especial do LANCE! sobre as eleições municipais da capital fluminense, ele também defende maior intervenção do Estado e participação dos trabalhadores nas decisões sobre o esporte. Além disto, defende uma reestatização do Maracanã, decisão que está nas mãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Para realizar esta série, o L! enviou dez perguntas - iguais, para todos os concorrentes que vêm fazendo campanha - a respeito dos seus projetos e desafios com os quais se depararão no esporte na Cidade Maravilhosa. A divulgação das entrevistas ocorre em ordem alfabética. Portanto, nesta quinta-feira será a vez de Luiz Lima, candidato do PSL, expor seus planos.
LANCE!: Por que deseja se candidatar à Prefeitura do Rio de Janeiro?
Henrique Simonard: O Partido da Causa Operária está lançando candidaturas em mais de 20 capitais pelo país para fazer uma campanha em torno das reivindicações populares do momento. Acreditamos que, no momento da pandemia, devemos levantar uma grande campanha denunciando a política genocida dos golpistas, do governo (Jair) Bolsonaro e chamar por novas eleições.
L!: Qual será a relevância do esporte em seu plano de governo? Haverá alguma preocupação com o desenvolvimento do setor nas categorias de base e de alto rendimento?
O esporte e sobretudo o futebol são parte do patrimônio cultural do brasileiro. O PCO entende que deve haver uma preocupação do Estado com esse setor e que deveria ter maior participação da população na tomada de decisões em relação ao seu desenvolvimento.
L!: Qual será o critério para a escolha do seu secretário de esportes, se houver?
Caso o partido seja eleito será uma decisão partidária, levando em conta que nossa preocupação deve envolver diretamente os profissionais e amadores (como torcedores) através de comitês para ter uma participação direta.
L!: Caso eleito, o senhor lidará com os impactos da pandemia de Covid-19. Qual é o seu planejamento para assegurar que a população possa gradativamente retomar suas atividades físicas com segurança em relação aos índices do vírus?
Nossa principal preocupação é com o enfrentamento da pandemia. À população trabalhadora não foi dada a condição de fazer uma quarentena de verdade, pelo contrário foram obrigados a pegar transporte público lotado para ir trabalhar em meio à pandemia. No nosso programa defendemos a estatização da saúde, a paralisação efetiva dos setores não essenciais e que o estado foque em combater a pandemia construídos hospitais de campanha, convocando todo o efetivo da saúde para trabalhar nesses hospitais e fortalecendo as pesquisas de ventiladores e remédios contra o vírus.
L!: Pensa em promover campanhas de incentivo para que as pessoas do "grupo de risco" façam exercícios físicos em suas residências?
Pretendemos conscientizar a população contra os risco do vírus e reivindicar das instituições que sejam disponibilizados os meios para combatê-la.
'O Estado não deveria ter permitido a volta do futebol, que colocou a vida de diversos atletas e profissionais em risco'
L!: A pandemia afetou sensivelmente a rotina dos grandes clubes cariocas. Acredita que a Prefeitura possa contribuir de alguma forma para que as agremiações se recuperem economicamente? Como?
O Estado não deveria ter permitido a volta do futebol, que colocou a vida de diversos atletas e profissionais em risco.
L!: Como pretende traçar o planejamento para a volta de público aos estádios e ginásios na cidade?
A volta aos estádios só deveria ser permitida mediante uma vacina.
L!: Qual é a opinião do senhor sobre a construção de um autódromo na Floresta do Camboatá, considerada o último remanescente de Mata Atlântica em terras planas na cidade, para receber grandes eventos do automobilismo, como a Fórmula 1?
Não vemos como questão essencial no momento.
L!: Como o senhor avalia a gestão do legado olímpico? Se eleito, quais os planos para uso das instalações olímpicas que estão sob gestão da prefeitura, como a Arena Carioca 3 e o Parque Radical de Deodoro?
É preciso aproveitar esse legado que, no momento, está sendo deixado às intempéries do tempo. Além disso, usá-los para eventos esportivos de grande porte. É preciso dar acesso à população.
'É preciso aproveitar esse legado (instalações olímpicas) que, no momento, está sendo deixado às intempéries do tempo'
L!: Qual deve ser o modelo de gestão do Maracanã e dos equipamentos esportivos no seu entorno?
O Estado deve preservar esse patrimônio e, após a pandemia, promover eventos para a sua revitalização assim como disponibilizá-lo à população.
BATE-BOLA
Pratica ou praticou algum esporte?
Futebol, natação e polo aquático.
Time de coração: Botafogo
Ídolos no esporte: Garrincha e Pelé
Quais são suas lembranças mais fortes ligada ao esporte?
Assistir aos jogos do Botafogo no Maracanã e no Caio Martins quando era criança.
Qual legado pretende deixar à cidade do Rio de Janeiro na área do esporte?
Nossa principal preocupação é organizar a população trabalhadora do Rio em comitês de bairro, de fábrica e por categoria, para que tenham uma influência direta na política e na administração da cidade.
QUEM É ELE
Nome completo: Henrique Vital Brazil Simonard (PCO)
Data e local de nascimento: 16/12/1997 - Rio de Janeiro (RJ)
Vice: Caetano Sigliano (PCO)
Ocupação declarada: Estudante, bolsista, estagiário e assemelhados
Valor total em bens declarados: Nenhum bem cadastrado