A temporada do Vasco parecia um céu de brigadeiro. Ficou meio ano invicto, com direito ao título carioca, avançava na Copa do Brasil e começou a Série B fazendo aquilo que se esperava: liderança e superioridade desde a primeira rodada. No entanto, bastou uma sequência de seis jogos sem vitória – cinco na Segunda Divisão – para o panorama mudar radicalmente. Acabou o conforto do Cruz-Maltino.
O jejum sem triunfos ameaçou diretamente os planos mais otimistas de jogadores, comissão técnica e diretoria. Em um espaço de pouco mais de um mês, a liderança e presença no G4 da Série B, marcas registradas desde a primeira rodada, ficaram em xeque após a derrota para o Bahia, sábado. Isso sem falar da derrota para o Santos no jogo de ida da Copa do Brasil, que só não deixou o Vasco praticamente eliminado devido ao gol de Eder Luis no fim.
O próprio atacante, ainda no gramado da Arena Fonte Nova, reconheceu que o momento é de reflexão total para deixar a má fase no passado e reagir.
– Tem que ficar alerta, porque a gente sabe que Série B não é o lugar do Vasco. Mas precisamos refletir bastante, se acertar, para que as vitórias voltem – disse.
O próprio técnico Jorginho, intocável e muito prestigiado, já ouviu gritos de burro e insatisfação do torcedor após a derrota em casa para o Vila Nova em São Januário, na semana passada. O treinador, inclusive, reconheceu o momento tenso que a equipe atravessa na reta final da temporada.
– Nossa vida é de pressão o tempo todo. Não tem outra forma de pensar. Se tivéssemos vencido dois desses jogos, estaríamos em uma situação confortável. Futebol é assim, temos que encarar essa situação, o momento que a equipe está passando. Vamos ter uma semana de trabalho que vai nos ajudar muito - afirmou o treinador.
A partida contra o Oeste, sábado, em São Januário, ganhou um tom decisivo. Afinal de contas, um novo tropeço em casa pode tirar a liderança do Vasco. Já a permanência no G4, até semana que vem, está assegurada independentemente do resultado. Mas o torcedor quer é vitória e conforto.
OS PONTOS PARA O JEJUM
Nenê
O principal jogador do Vasco ainda não conseguiu realizar uma boa atuação após se recuperar de um problema muscular. Ainda carece de uma maior sequência de jogos.
Defesa
Um dos principais pontos na temporada, o sistema defensivo passou a oscilar a partir da metade do primeiro turno. Por conta de lesões, convocação (Luan) e suspensão, a rotatividade foi alta neste período.
Time modificado
Não foi só a defesa que sofreu com a alta rotatividade. Jorginho não conseguiu repetir a escalação nos últimos seis jogos em todos os setores. Isso influi no entrosamento.
Pontaria
O ataque voltou a deixar a desejar. Nos últimos jogos, a pontaria dos jogadores de frente está descalibrada e isso se reflete na hora do resultado final. O gol perdido por Andrezinho contra o Santos é o retrato da situação.
AS ‘DECISÕES’
OESTE
O primeiro jogo da reação é em São Januário é contra a equipe paulista, que venceu três rivais fora de casa. Rival ideal para reencontrar o triunfo. Pressão pode atrapalhar.
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GOIÁS
Partida enjodada, pelo fato do adversário ser um clube tradicional. Apesar do Esmeraldino fazer uma Série B muito ruim, o que é uma surpresa, pode ser considerado um encontro onde o Cruz-Maltino tenha dificuldades.
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Joinville
O rival de Santa Catarina é, em tese, o desafio mais tranquilo para o Gigante da Colina, sobretudo se conseguir dois bons resultados antes do encontro. Além disso, o retrospecto recente é extremamente favorável ao Vasco, que não foi superado nas últimas três temporadas.