Uma das revelações do Vasco de Vanderlei Luxemburgo, o volante Bruno Gomes chegou para 2020 com confiança e no time titular. No entanto, após a ascensão de Andrey, o técnico Abel Braga optou por mandá-lo para o banco de reservas mesmo com algumas boas atuações no começo. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o jovem de 19 anos negou que haja qualquer mágoa com o antigo treinador.
- O professor Abel foi uma pessoa que me ensinou muita coisa. Aprendi bastante no período em que ele esteve no comando da equipe. É claro que a gente não fica feliz por não estar jogando, mas sempre encaro isso como um aprendizado para seguir trabalhando ainda mais forte em busca de novas oportunidades. O Vasco tem um grupo qualificado e sei tenho que estar pronto para quando precisarem de mim - disse.
Bruno disputou cinco partidas neste ano. Depois de fazer as três primeiras do Campeonato Carioca como titular, ele perdeu espaço e voltou a entrar por poucos minutos no segundo tempo dos jogos contra Oriente Petrolero (BOL) e ABC. Agora, sob novo comando, o volante espera ter mais oportunidades. O jogador não poupou elogios a Ramon Menezes, antigo auxiliar permanente efetivado como treinador do Vasco.
- Minha relação com o Ramon é muito boa. Me ajudou bastante e deu conselhos para que eu possa melhorar no meu dia a dia. Sempre procurei ouvir o que ele tinha a dizer, pois é um cara que entende muito e tem uma história no Vasco vencedora. Soube da notícia pelos meus familiares e fiquei feliz por saber que vamos trabalhar com uma pessoa capacitada ao nosso lado - afirmou.
Antes da paralisação do futebol, o Vasco vivia um período conturbado dentro e fora de campo. Por quase um mês, os jogadores pararam de conceder entrevistas em protesto pelos atrasos salariais. Hoje, o clube deve três meses da CLT (janeiro, fevereiro e março), além de direitos de imagem desde setembro para alguns atletas. Bruno Gomes entende que este é um problema recorrente e defende o Cruz-Maltino.
- É um problema que infelizmente acontece em muitos clubes do futebol brasileiro. Mas a gente tenta entender também o lado do clube e sabemos que os esforços para resolver são feitos pela diretoria. A decisão de não dar entrevistas foi tomada em conjunto por todos os jogadores e optamos em respeitar o momento - completou.
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Depois de ser frequente com o Luxemburgo, houve alguma coisa de diferente na sua preparação pra esse ano? Algum pedido tático diferente?
Acredito que a única diferença tenha sido iniciar o ano no profissional já e realizar toda a pré-temporada com o grupo. Assim pude me ambientar ainda mais e fazer uma preparação bastante focada para ter um bom com a camisa do Vasco. Sempre existem algumas mudanças quando acontece a troca do comando técnico de um time. Mas não teve nenhum pedido especial que tenha me criado alguma dificuldade ou coisa do tipo.
O que você acha que faltou pro Vasco nesse início de temporada para que os resultados fossem melhores?
O time ainda não encaixou, mas acho que é uma questão de tempo. Ainda precisamos buscar um melhor entrosamento, pois tiveram algumas mudanças na equipe. Tenho certeza que com os treinamentos e a dedicação de todos, as coisas vão melhorar e os resultados vão aparecer.
Os jogadores que subiram para o profissional esse ano já te tratam como mais experiente, pedem conselho?
Alguns até brincavam dizendo que parecia que eu já estava no profissional há algum tempo. Outros me perguntavam mais como era o dia a dia no profissional. Sempre tento ajudar, apesar de ter também pouco tempo de experiência no elenco principal. Mas todos são sempre bem recebidos e rapidamente se entrosam.
Como tem sido esse período sem jogos para você? Quais orientações o Vasco deixou para que vocês continuem em forma mesmo com tudo parado?
Tem sido difícil ficar sem jogar. Mas nesse momento é o que menos importa. O Vasco tem nos ajudado bastante com apoio de psicólogos, orientações para as atividades físicas e todo o suporte necessário para que a gente se cuide bem.