A sexta-feira está conturbada no Vasco. Nesta manhã, cerca de 40 torcedores invadiram o treino da equipe no Complexo Esportivo de São Januário, paralisaram a atividade comandada pelo técnico Zé Ricardo e uma confusão generalizada foi instaurada. Disparos de arma de fogo foram ouvidos dentro do estádio. O presidente Alexandre Campello foi bastante hostilizado. Já no período da tarde, o mandatário conversou com os jornalistas e classificou a manifestação como "estranha". À noite, ele compareceu na 17ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro e prestou queixa para que o caso seja investigado.
- Acho que o assunto deixou de ser o jogo e passou a ser essa manifestação da torcida. Eu acho que temos de analisar da seguinte maneira: temos uma equipe que tem se mostrado competitiva e terminou 2017 na Libertadores. Chegou à final do Carioca neste ano. Na Libertadores, passamos pelas duas fases iniciais e não fomos bem na fase de grupos. Acho que isso pode ser, sim, algum motivo de insatisfação da torcida, mas acho que essa manifestação é minimamente estranha - afirmou para completar:
- A eleição não acabou para alguns. Lamentavelmente, isso é nocivo ao Vasco. Pessoas que se dizem vascaínos. O momento é de união, tenho pregado isso. Escrevi isso na minha carta do balanço. Isso só dificulta a retomada do Vasco. Vou à Polícia para apurar quem são os responsáveis, quem movimentou tudo isso. Existem áudios, prints... Acho que a Polícia tem como buscar os responsáveis por esse fato. E eu tomarei todas as medidas que isso não volte a acontecer.
Neste sábado, o Vasco recebe o América-MG às 19h em São Januário pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Alexandre Campello adotará as medidas necessárias para reforçar a segurança da partida. Ele aproveitou a oportunidade para falar também do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), que para ele deveria atuar de uma melhor forma. Na eliminação para o Cruzeiro na Conmebol Libertadores, na última quarta, bombas de gás de pimenta foram usadas pelos policiais para conter os protestos nas arquibancadas.
- O jogo deste sábado deveria ser tranquilo, mas nós vamos tomar todas as medidas necessárias para dar segurança os jogadores, comissão técnica, torcedores e profissionais que trabalham neste evento. Todas as medidas necessárias, nós vamos tomar. Vou tomar as medidas necessárias para corrigir. Vou pedir que todos os fatos sejam apurados - comentou o mandatário cruz-maltino antes de concluir:
- O Gepe é o responsável pelo policiamento do jogo. Eu entendo que eles devem estar atentos. Acho até que a maneira de atuação do Gepe precisa ser repensada. O que aconteceu no jogo contra o Cruzeiro e também naquela partida contra o Flamengo parece não ser prudente e coerente com a atuação da polícia. Jogar bomba de gás e outras medidas são desproporcionais aos acontecimentos. Acho que elas devem ser repensadas e cabem ao poder público poder fazer isso.
*Atualizado às 20h37