Campello fica! Deliberativo do Vasco arquiva denúncia contra o presidente

Apesar de forte pressão, mandatário do clube cruz-maltino teve apoio de pequena maioria do Conselho e permanecerá no cargo sem ser aberta sindicância. Empréstimo aprovado

Escrito por

Segue tudo como antes. Na reunião do Conselho Deliberativo do Vasco em que tudo parecia caminhar para fácil aprovação da abertura de sindicância contra o presidente do clube, Alexandre Campello, uma reviravolta se viu. Na sede náutica do Cruz-Maltino, na Lagoa, 202 votos foram à urna. Com 105 contrários e 97 a favor, o mandatário não será alvo da investigação que poderia levar a impeachment. Uma surpreendente vitória política do dirigente.

Havia a expectativa, inclusive, de que Campello renunciasse ao cargo caso fosse mesmo alvo da sindicância. Nada disso foi necessário. Embora com forte resistência externa e interna, os presentes entenderam que alterar o andamento do clube, neste momento, não seria benéfico.

Em pauta, estava a abertura ou não de sindicância para apuração da suposto prejuízo de R$ 4 milhões aos cofres do clube após Campello não honrar acordou judiciais com 200 funcionários demitidos. O presidente nega oneração às finanças do clube. Uma denúncia foi protocolada na secretaria do clube no fim do mês passado por 60 conselheiros.

De acordo com o Estatuto do Vasco, se o cargo ficar vago até a metade do mandato (22 de julho deste ano), Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, assume interinamente, obrigado a convocar nova eleição na casa. Mas se o cargo ficar vago depois da metade do mandato, Elói Monteiro, primeiro vice-geral de Campello, assumiria o posto principal até o fim do ano que vem, completando o mandato.

Mas Elói é do Grupo Identidade Vasco, do qual Monteiro é o líder. Após rompimento no início do mandato, o grupo virou oposição a Campello. Todo esse contexto tornou mais tensa a reunião que só teve fim quando já era início de terça-feira.

Durante a reunião, o clima acalorado, como já não é surpresa, já nas "questões de ordem", preliminares ao tema principal. Debateu-se sobre a possibilidade de se tomar empréstimo de R$10 milhões e/ou R$30, levado pela diretoria administrativa ao mesmo Conselho Deliberativo, mas que não era a pauta do dia. No fim das cotas, Monteiro transformou o tema em pauta posterior.

O discurso mais inflamado foi o de Eurico Brandão, o Euriquinho. Com suéter, gestual e oratória que lembraram os tempos mais vigorosos do recém-falecido pai, Eurico Miranda, ele afirmou não ter simpatia alguma por Campello, mas que tirá-lo do cargo, neste momento, poderia decretar "o fim do clube".

Empréstimo aprovado
No fim da reunião, a vitória acabou sendo dupla. O Conselho Deliberativo aprovou o empréstimo de R$ 10 milhões para a quitação de atrasados. E será convocado, provavelmente para a próxima segunda-feira, a votação de mais R$ 20 milhões, também com o objetivo de quitar salários atrasados do clube.

Siga o Lance! no Google News