Campeonatos parados, jogadores liberados e treinamentos suspensos por tempo indeterminado. Este é o cenário do futebol brasileiro atualmente. Com os atletas em casa praticamente há uma semana, o Vasco adotou uma cartilha especial para o período sem partidas. As orientações passam do procedimento básico de higiene para conter a propagação do novo coronavírus, até formas de manter o físico, acompanhamento nutricional e psicológico. Em contato com o LANCE!, o diretor médico do Vasco, Marcos Teixeira, detalhou o novo momento do clube.
- O departamento médico confeccionou uma cartilha envolvendo todas as especialidades. A medicina orientou as recomendações de higiene, o que fazer em caso suspeito domiciliar. A fisioterapia promoveu um protocolo de mobilização articular, aspectos fisioterápicos mais básicos. O pessoal da preparação física desenvolveu uma cartilha especial diária para que os atletas façam exercícios em casa, sem necessidade de aparelho específico, no intuito de reduzir o impacto da inatividade. Na medida do possível, fazem os protocolos. Quem tem a oportunidade de fazer uma atividade que gere uma maior intensidade, faz. Seja tendo campo em casa, aparelho de academia. Dessa forma monitoramos individualmente. Ainda tem a questão nutricional, então adaptamos as orientações para a inatividade e preparamos orientações do ponto de vista psicológico em função do isolamento - falou.
Jogadores como Leandro Castan, Germán Cano, Marcos Júnior, Martín Benítez, Fellipe Bastos e Henrique estão compartilhando nas redes sociais a rotina de exercícios nos últimos dias. Alguns deles utilizam preparadores físicos particulares para manter as atividades. O Vasco tem mantido contato diário com o elenco para acompanhar a situação de cada um.
- Claro que essa parada atrapalha a preparação física. Nesse momento o foco prioritário não é esse, mas sim conter a disseminação do novo coronavírus. Todos os clubes, sem exceção, estão na mesma situação. Então fazemos o protocolo da nossa cartilha no intuito de manter os atletas ativos. Esse tempo para retornar as atividades depende muito de quando vão voltar os campeonatos. Antigamente achavam que o pico seria no final de abril, hoje em dia já admite-se que pode chegar a julho, tendo uma melhora em setembro - comentou o médico.
- Neste momento não tem como falar em previsão de retorno ou tempo de inatividade. Vamos avaliar quando as autoridades avaliarem que é seguro voltar o esporte. Aí vamos pensar quantos dias são necessários para que se faça uma outra pré-temporada, certamente necessária, para voltarmos em nível competitivo. Na minha opinião, temos que esquecer qualquer conceito que se tinha em outros campeonatos, seja Carioca ou Brasileiro. Tudo isso vai se adaptar à nova realidade brasileira e mundial depois do novo coronavírus - finalizou.
SITUAÇÃO DOS LESIONADOS
Quando paralisou as atividades, o Vasco tinha três jogadores no departamento médico. São eles o zagueiro Breno, o atacante Talles Magno e o lateral Ramon. O primeiro já vinha treinando no campo, ainda com poucas limitações. Ele está cada vez mais perto de ter condições de retornar aos gramados, mesmo que atualmente não haja previsão de quando os jogos voltam. O último jogo dele pelo Vasco foi em agosto de 2018.
Já Talles passou por cirurgia no quinto metatarso do pé esquerdo há pouco menos de um mês e segue em processo de recuperação. O prazo inicial era de cerca de três meses. No caso de Ramon, ele passou por artroscopia no joelho esquerdo para se livrar do constante inchaço no local.
- Temos um grupo de atletas especiais, dentre eles principalmente os pós-operatórios. O Breno é um pós-operatório mais tardio, que tem apresentado uma evolução muito satisfatória. Queremos que se mantenha dessa forma, então ele tem recomendações bem específicas. O Talles passou por cirurgia recentemente, então também está em protocolo específico. Para esses atletas especiais, disponibilizamos algumas ações, quando possível presenciais, mas quando não, de forma remota, para que se recuperem o mais rápido possível - afirmou Marcos Teixeira.