O processo eleitoral do Vasco, sempre tumultuado, teve uma votação e uma apuração no último sábado (7/11). Todavia, uma nova votação e apuração estão marcados para este sábado (14/11), num imbróglio que parece não ter fim. O LANCE! pretende, nesta reportagem, apresentar as posições dos cinco personagens que lançaram candidatura ao longo da longa celeuma.
Alexandre Campello
O atual mandatário lançou candidatura no dia 15 de setembro. Cabia a ele, como presidente, pelo estatuto do clube, coadjuvar o presidente da Assembleia Geral - no caso, Faués Mussa - na condução da Assembleia Geral Ordinária (AGO) da eleição. Contudo, o que se viu foi uma série de divergências nas interpretações em relação à lista de sócios, ao processo para marcação do pleito e à possibilidade de o pleito ser, ao menos em parte, virtual. A demanda era de Mussa, em função da pandemia de Covid-19. Outros atores também entendiam que era melhor que fosse presencial, e Campello sempre foi enfático na crítica à escolha da empresa "Eleja Online" para a condição do pleito.
O que antes era uma possibilidade, agora foi um dos motivos para o quarto colocado na votação presencial alegar razão para não participar do pleito híbrido. A empresa é acusada de relação com integrantes da chapa "Sempre Vasco", e Campello afirma que não foi o clube que pagou pelo serviço a ser realizado. Após a suspensão, o então candidato à reeleição deixou o ginásio.
Jorge Salgado
Costumeiramente discreto, o empresário se confirmou candidato no início de agosto. A Mais Vasco, chapa que representa, entrou com ação na Justiça (junto à Sempre Vasco, de Júlio Brant) em favor da presença dos sócios anistiados na eleição. Eles haviam sido impedidos de participar do pleito por um entendimento da Junta Eleitoral do clube. De acordo com o site GE, Salgado cogitou acionar a Justiça novamente para impedir a realização do pleito do último sábado. Quando a reconsideração proposta por Mussa teve efeito, o segundo colocado na votação que terminaria uma hora depois também se retirou do ginásio de São Januário.
Júlio Brant
Terceiro colocado na votação do último sábado, ele garantiu, na tarde da última terça-feira, que tem votos para vencer o pleito deste sábado, e não ganhou o anterior porque a convocação foi feita a 13 horas do início dos trabalhos. Junto a Jorge Salgado, reivindicou a participação dos sócios anistiados na eleição. A Sempre Vasco, chapa que encabeça no pleito, é a mesma da qual fazem parte parentes de Faués Mussa, presidente da Assembleia Geral. A relação, mais a escolha pela empresa "Eleja Online" por parte de Mussa, desagrada a adversários. Foi Mussa quem entrou com ação pelo adiamento, pela operação de maneira virtual e, no último sábado, obteve a decisão que suspendeu a votação. Júlio Brant foi mais um a deixar o ginásio antes do fim da votação.
Luiz Roberto Leven Siano
Quando a Mesa Diretora da eleição do último sábado avaliava se ia prosseguir ou não com o pleito, após a suspensão por parte do STJ, ele foi enfático: discordava da decisão, da possibilidade de interrupção da votação e não se candidataria novamente caso houvesse o evento deste dia 14, como foi marcada. Já no discurso da vitória, ele falou como presidente eleito (o que não poderia ser confirmado oficialmente e não foi), mas se colocou à disposição caso uma nova eleição ocorresse.
Na última segunda-feira, voltou a afirmar que não participa da votação deste sábado. E no último sábado, ainda no pronunciamento da vitória, afirmou que, uma vez que o número de presentes naquela votação foi maior que o número de participantes da Assembleia Geral Extraordinária (AGE, em formato virtual) que determinou o formato direto de escolha de mandatário no clube, o sócio vascaíno ainda não está pronto para abrir mão do formato presencial.
Sérgio Frias
Lançou candidatura no dia 30 de setembro e ficou em quinto lugar (último) na votação do último sábado. As pesquisas de boca de urna já indicavam isso, mas o defensor do legado de Eurico Miranda prosseguiu no ginásio - foi o único candidato, além de Leven Siano, a fazê-lo - e ajudou na apuração dos votos, uma vez que não havia muitas pessoas mais para contar os votos. Pouco depois indicou que a troca de poder no executivo do clube estava consolidada, ou seja, que ele não deveria se dispor a uma nova candidatura.