Vasco se empenha fora de casa, mas, atado a velhos problemas de criação, segue sem vencer na Série B
Cruz-Maltino padece com lentidão nas transições ofensivas e é vulnerável na proteção ao setor defensivo no empate com a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, em Campinas
A impressão é que os adversários mudam, mas o Vasco não consegue sair de velhas armadilhas. No empate em 1 a 1 com a Ponte Preta (que foi a segunda partida da Série B na qual não somou três pontos), a equipe de Marcelo Cabo voltou a ser inconstante e apresentar lentidão nas transições ofensivas, sobretudo no primeiro tempo.
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A opção de Cabo por repetir a escalação do duelo com o Boavista teve um início até promissor, no qual o Cruz-Maltino adiantou sua marcação e forçou a Macaca ao erro. Entretanto, logo a equipe de Gilson Kleina foi segurando as pontas e igualou as ações.
O meio de campo formado por Rômulo, Andrey e Sarrafiore se tornou lento nas transições ofensivas e preso na marcação da equipe paulista. Na frente, a criatividade foi ficando escassa, com Morato novamente não correspondendo, e Cano isolado, sem ser municiado.
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A dupla Andrey e Rômulo ainda se mostrou confusa em alguns momentos, o que culminou em espaços para os avanços da Ponte Preta, em especial pelo lado direito. O treinador do Cruz-Maltino reconheceu as falhas em entrevista coletiva.
- Entendo que nos primeiros 15 minutos construímos bastante, tivemos transição, o Andrey fez a ultrapassagem com aproximação ao Morato, tivemos passes entrelinhas e criamos. Depois dos 15, realmente, houve problema, ficamos muito espaçados - declarou Marcelo Cabo.
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Na volta do intervalo, as três alterações modificaram a maneira da equipe jogar. Com as entradas de Marquinhos Gabriel e Léo Jabá, e a estreia de Michel, improvisado na lateral-esquerda, o Vasco chegou a ser mais impetuoso, mas não ao ponto de aumentar suas chances. Aos 10, o toque de mão de Camilo dentro da área gerou o pênalti convertido por Cano.
Poucos minutos após o gol do argentino, porém, outro problema reapareceu. O Gigante da Colina não conseguiu segurar o resultado e explorar o contra-ataque, tomando o empate logo depois. Em mais um momento de total desatenção defensiva, a Ponte Preta teve liberdade de finalizar duas vezes e Renatinho não perdoou.
Diante da igualdade no placar, o Vasco cresceu na partida e teve momentos nos quais não se poupou a ir à frente. Só que voltou a não ter criatividade: invariavelmente, a equipe apostou em jogadas de bola aérea. Segundo o portal "Footstats", Zeca, que atuou pela direita no segundo tempo, acertou apenas um cruzamento no jogo, e errou 13.
- No segundo tempo, conseguimos nos organizar. O Andrey teve muita chegada pela direita, finalizou, cruzou, chegou... Não acredito que tivemos volume pequeno de jogo se chegamos 40 vezes no terço final do campo. Criamos, precisamos ter um pouco mais de capricho. O problema não é a bola chegar nos homens de frente, o problema é o acabamento - assegurou Marcelo Cabo.
É hora do Vasco fugir das oscilações e encontrar seu espaço para criatividade.