Ter a segunda pior defesa, ficar no meio da tabela, ser um time frágil, que inspira pouca confiança e passa muita vergonha. Na segunda divisão. Tudo isso fez do ano do Vasco o pior da história esportiva do clube. Mas houve um momento em que parecia que as coisas estavam no caminho certo: quando o time superou o Flamengo da forma como o fez.
Era dia 15 de abril. O Cruz-Maltino estava a perigo no Campeonato Carioca, mas o 3 a 1 sobre o Rubro-Negro deu sobrevida à equipe na competição. As chances de classificação à semifinal acabaram quando o time, na rodada seguinte, empatou com o Boavista. Mas o Estadual não seria uma prioridade na temporada. O Clássico dos Milhões fez bem à autoestima do torcedor vascaíno.
O contexto tinha o maior rival do Vasco como bicampeão brasileiro havia menos de dois meses. O time comandado por Marcelo Cabo tentava se ajustar em busca da melhor versão e, com ela, conquistar o acesso de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Sabemos o final dessa história, mas os feitos da equipe de São Januário não foram pequenos.
Fazia 29 jogos que uma equipe não fazia o Flamengo buscar dois gols de desvantagem. E foram três. Léo Matos e Germán Cano marcaram com menos de meia hora de jogo e Morato marcou o terceiro já no segundo tempo. Vitinho só descontou nos minutos finais da partida.
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Morato, camisa 10, imitou uma comemoração histórica de Edmundo, que usava o mesmo número em 1997. E, ao final da partida, o resultado manteve outra história do lado cruz-maltino: a invencibilidade no Clássico dos Milhões, que o Rubro-Negro detinha havia 17 jogos, não foi ampliada. O Expresso da Vitória, entre 1945 e 1951, ficou 20 jogos sem perder para o rival.
A atuação coletiva do Vasco foi tão impactante que até Galarza, recém-promovido a profissional, provocou Gabigol. O momento encantou e iludiu. Por tudo isso, o que se sucedeu foi uma sequência de decepções.