Via advogado, Eurico alega problema de saúde e não presta depoimento

Presidente do Vasco tinha sido intimado em inquérito na tarde desta quarta-feira na Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio que investiga a eleição do clube

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Presidente do Vasco, Eurico Miranda foi intimado para prestar depoimento na tarde desta quarta-feira para a delegada Patrícia de Paiva Aguiar na Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (DDEF), localizada na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio. Esta divisão policial é responsável por investigar, em inquérito, indícios de fraudes na eleição cruz-maltina, colhidos em depoimentos de sócios que votaram na urna 7. Entretanto, o mandatário não compareceu alegando problemas de saúde em explicação oficial da DDEF.

O Vasco não informou qual problema de saúde Eurico Miranda apresentou nesta quarta-feira. Esteve na delegacia nesta data como representante do presidente somente o advogado Eduardo Real. Ele permaneceu durante aproximadamente 30 minutos na Cidade da Polícia. Questionado pela imprensa em três momentos, o advogado pouco se pronunciou. Tirou uma cópia do inquérito aberto na última segunda-feira e afirmou que o depoimento de Eurico Miranda será remarcado - apesar de ainda não ter data prevista.

- O depoimento vai ser remarcado, vou entrar com o pedido pelo procedimento agora. Por problemas pessoais ele não pôde comparecer. No momento é o que eu posso falar. Eu acabei de tirar a cópia do procedimento, vou ler. Não tem data para o depoimento. Não posso falar mais nada para vocês - resumiu o advogado do presidente do Vasco aos jornalistas presentes.


Há o prazo de 30 dias, contados desde a última segunda-feira, para a conclusão do inquérito na investigação da Polícia Civil. No último dia 6, membros da oposição da chapa “Sempre Vasco Livre”, de Julio Brant, procuraram a Delegacia de Defraudações para fazer a denúncia e, com isso, quatro sócios que votaram na urna 7 – a urna que está sub judice –, um sendo morador de Magé, já foram colhidos. A delegada Patrícia Aguiar comentou sobre a abertura de inquérito e o que, neste primeiro momento da ação, pode-se afirmar com base justamente nestes depoimentos já colhidos.

– Aqui na Delegacia de Defraudações iniciamos as investigações. Há indícios que teriam tido fraudes na eleição, baseado nas informações que nós tivemos, de que pessoas teriam votado com duplicidade de CPF, não pagavam... Já tiveram quatro depoimentos. Recebemos a denúncia de que as práticas irregulares que ocorreram em 2014 estão se repetindo. Depois do que tivemos acesso nos depoimentos, chegamos a conclusão de que há indícios de irregularidades na capitação desses sócios – afirmou em coletiva a delegada Patrícia Aguiar na última terça-feira. Nesta quarta, ela não se pronunciou.

Eurico Miranda, atual presidente do Vasco e candidato de situação pela chapa “Reconstruindo o Vasco”, e mais três funcionários do clube tinham sido intimados para prestarem depoimentos a partir das 14h desta quarta-feira à delegada - um deles era Ricardo Vasconcellos, assessor especial da presidência. Mas ninguém compareceu. Na terça, a delegada também afirmou que o mandatário cruz-maltino poderia responder por crime de desobediência, artigo 330 do Código Penal, com pena prevista de detenção, de 15 dias a dois anos, além de multa.

Isto por conta de o Vasco não ter entregado a documentação pedida via ofício pela Delegacia de Defraudações dentro do prazo. A delegada Patrícia Aguiar requisitou que o clube entregasse a documentação relacionada à eleição, como a lista de votantes da urna 7. A determinação foi dada no último dia 9 e o prazo para entrega era de uma semana. O Cruz-Maltino entregou esta documentação somente após a coletiva da delegada, no fim da tarde da última terça-feira.

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