A noite da última terça-feira foi de polêmica e confusão na reunião do Conselho Deliberativo (Code) do Vasco. O encontro foi convocado pelo presidente do órgão Luis Manuel Rebelo Fernandes para aprovar novos nomes de sócios eméritos e beneméritos - todos aprovados por maioria. Nada de anormal caso não tivesse, segundo a oposição, um torcedor do Flamengo declarado por meio de postagens em redes sociais, algumas denegrindo o Vasco, ganhando o título de sócio emérito do Cruz-Maltino.
O grupo de oposição liderado por Júlio Brant protocolou uma carta na secretaria do Vasco repudiando o fato - o torcedor envolvido no caso se chama Luciano Martins Araújo. Brant tentou se manifestar na reunião para indicar o posicionamento diante dos demais conselheiros na hora dos "assuntos gerais", mas afirma ter sido impedido pelo presidente da Code. Luciano Araújo é funcionário da categoria sub-11 do Vasco. Argumentam-se que ele não cumpre os requisitos do estatuto para ter conseguido o status.
Eurico Miranda esteve presente na reunião do Conselho Deliberativo - algo incomum, segundo membros da oposição. O fato ganha importância, de acordo com os denunciantes, por conta de suposta manobra eleitoral. Luciano Araújo virou conselheiro nato, integrante de um grupo de 150 (mais 150 para totalizar 300 serão eleitos na eleição em novembro). E são esses 300 os responsáveis por votar e escolher o presidente para o triênio 2018-2020. A entrada dele seria uma manobra eleitoral para a manutenção de Eurico Miranda no cargo..
- Queremos defender o Vasco. Apenas isso. Não pode um torcedor declarado do Flamengo, como as imagens das redes sociais provam, ganhar título de sócio emérito. Isso não cumpre o nosso estatuto. Fomos impedidos de manifestar na reunião aos demais presentes este ponto e se preciso vamos para a Justiça em busca dos direitos do Vasco. O Vasco tem apenas um dono, exclusivamente o torcedor cruz-maltino - comentou Júlio Brant em contato com a reportagem do LANCE!.
O LANCE! também procurou o Vasco para a versão oficial do clube sobre o caso. A assessoria afirmou em nota que "Se o nome dele foi aprovado na reunião do Conselho Deliberativo, assunto encerrado. Foi aprovado. No Vasco, quando contratamos um profissional, não perguntamos por qual clube torce. O Vasco é um clube democrático e busca os melhores profissionais. Nada mais do que isso. Se o pessoal de Oposição não é a favor do livre acesso ao emprego, isso é um problema de seus líderes, não do Vasco. Por essa e outras razões, terão que esperar mais quatro anos".