O empate não era bem o que o Vasco precisava para a segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. Além de ainda não ter vencido na competição, o time de Zé Ricardo sequer balançou as redes na competição - e quase não teve chances de gol. Mas a entrega, a personalidade e o bom futebol da equipe no Mineirão, certamente, foram melhores que o resultado em si. O LANCE! analisa o desempenho cruzmaltino no geral.
O Cruzeiro, sem centroavante, apostou em um ataque rápido e criativo com Arrascaeta, Robinho, Rafinha e Thiago Neves. Porém, com as laterais fechadas pelos 'reservas' Rafael Galhardo e Fabrício, os perigos foram poucos. Pelo meio, Desábato manteve a segurança habitual. Mas o grande destaque defensivo foi a dupla de zaga formada por Erazo e Paulão que, pela primeira vez, saiu de uma partida sem sofrer gols.
- Sabíamos que não poderíamos nos expor de qualquer maneira contra o Cruzeiro, ainda mais com um ataque tão leve. O que fizemos foi tentar passar os primeiros minutos e depois tentar encaixar o nosso jogo. Em alguns momentos conseguimos - afirma Zé Ricardo.
E conseguiu mesmo. Com o jogo truncado e com poucos espaços, coube a Wellington desafogar as jogadas pelo meio. Mesmo vindo de uma sequência de jogos ruins tecnicamente, o volante se tornou um meia na maior parte do tempo, criando espaços e boas tramas com passes de primeira. Confira:
O entrosamento do camisa 7 com o atacante Paulinho chamou a atenção. Em um dos lances no primeiro tempo, fizeram jogada parecida com aquele golaço do atacante no clássico contra o Fluminense, recentemente. Compare:
E na movimentação constante de Wellington, quase saiu o gol vascaíno:
- Saímos satisfeitos. É difícil tirar ponto do Cruzeiro aqui, mas o Vasco também é gigante. Mudamos de atitude. Estamos felizes pelo Paulão e o Erazo, que vinham sendo criticados e tiveram uma atuação de grande nível. Hoje faço uma função diferente no futebol brasileiro, que é o box-to-box, jogar de área a área. Hoje pude estar mais perto do ataque - afirma Wellington.
A pressão do Cruzeiro parecia não incomodar o Vasco, que se portou como time grande fora de casa. Porém, enquanto o sistema defensivo funcionou como um todo, o ataque se resumia apenas às jogadas de Paulinho em velocidade. Riascos e Pikachu ficaram sumidos, correndo mais sem a bola do que com ela. Wagner, desgastado, pediu para sair no intervalo e Evander, sem ritmo, custou a entrar no jogo. A lesão do garoto de 17 anos praticamente tirou o poder de ataque vascaíno, que se limitou a marcar, garantir o resultado e seguir vivo na Libertadores. Foi um empate gigante, com sabor de... empate.