O desentendimento entre Rodrigo e Milton Mendes após o empate contra a Ponte Preta, no último domingo, ainda rende em São Januário. Em coletiva após o treino desta terça-feira, Jean criticou a atitude do zagueiro e admite que demorou a reagir. Porém, ele explica que isso aconteceu porque acabou ficando assustado com o ocorrido.
- É um assunto desprezível, não da para tratar de maneira branda. Foi algo querendo ou não, transpassa o limite do respeito. Na hora que ocorreu o acontecimento me deixou assustado. Parei para cumprimentar o Rodrigo, quando cheguei ao Vasco ele me recebeu bem. Nesse pequeno tempo que a gente conversou, ele só me parabenizou pelo meu momento. Nisso o professor chegou para chamar a gente para ir para o vestiário rezar, e o Rodrigo reagiu daquela forma. Quando ele empurrou o Milton, a gente não esperava que aquilo fosse acontecer. Olhei assustado, olhei para o Paulo Vitor, ficamos em transe. Quando o Rodrigo empurrou de novo, o Paulo Vitor esboçou reação, e eu saí em defesa. Pedi perdão para Milton porque reagi um pouco tarde. Mas quando eu vi que poderia acontecer alguma coisa pior, eu reagi - contou o volante.
Jean garantiu que nenhum outro jogador ter ajudado o treinador e sua demora para reagir tem a ver com uma insatisfação do grupo com o treinador. Segundo ele, Milton Mendes tem a confiança do grupo.
- Nós jogadores estávamos sim ao lado do nosso treinador. Não tinha motivo para a gente estar a favor de uma ação tão desprezível. Como não vou ajudar um cara que em 19 jogos, joguei 18 com ele no Brasileirão? Um cara que quando estou confuso, chego nele e converso com ele.Ele debate olho a olho com o jogador. Estão criando um negócio de que o grupo não gosta do treinador, o grupo é mimado, não gosta de cobrança. Eu queria ver isso no dia a dia aqui. As pessoas tem criado essa má ilusão em cima da gente. O professor Milton tem total confiança do grupo - comentou Jean.
O volante admite que alguns jogadores tiveram um pouco de dificuldade para se adaptar ao estilo de Milton, que cobra bastante nos treinos. No entanto, ele garante que hoje todo mundo já está acostumado e os problemas resolvidos.
- O Milton sabe a maneira de cobrar cada jogador para extrair o melhor. Para alguns jogadores isso é fácil de conciliar. Para mim talvez seja mais fácil porque já passei por treinador assim. Alguns jogadores demoraram a se adaptar? Sim. Mas hoje estamos adaptados.
Jean confirmou que os jogadores se reuniram na sexta-feira, mas para se cobrarem. O jogador negou que tenha um complô contra Milton Mendes.
- O caso do Manga foi totalmente resolvido, o do Jomar e do Madson também. Aí dizem que tem um complô contra o treinador. Não tem complô nenhum. Nossa meta era atingir 30 pontos no turno, não atingimos. Tem algumas coisas erradas acontecendo e nos reunimos para nos cobrar. Como tomar gol no início do jogo, chegar atrasado, deixar de tomar pós-treino... esses detalhes. A gente se cobrou isso. No domingo o professor Milton nos reuniu e sentamos todos juntos. Ele falou assim 'gente, não estou como treinador, estou igual a vocês. O que temos que fazer para melhorar?'. E a gente começou a conversar em relação ao clube, ao time, o que poderia melhorar. Então, a gente sentou para resolver isso - disse Jean, garantindo que o grupo vai receber bem Nenê se ele mostrar que quer voltar
- O nosso grupo é muito aberto, não tem dificuldade em aceitação e entender as coisas. O caso do Nenê foi algo muito rápido. A diretoria resolveu blindar todos nós da situação, até por conta da indefinição. Então, agora que o primeiro passo foi dado, que se acertou com a diretoria, acho que precisar entender o que o Milton quer dele. Todos nós sabemos que não foi o Milton que afastou o Nenê. Nós como grupo sentimos o peso e a qualidade que ele tem, sabemos que a companhia dele é muito boa. Quando o jogador entende que o Vasco é maior que tudo aqui, então ele é aceito não só por nos, mas por todos. Acho que todo mundo merece uma segunda chance. Como amigo dele, sei como é ter um Nenê do nosso lado. Espero que tudo se resolva. Conversando com o grupo, e estaremos de braço aberto para receber ele.