Zagueiro reencontra Vasco após ter ‘chance de ouro’: ‘Ninguém supera’

Marcão, de 29 anos, chegou a realizar exames médicos para assinar com clube em agosto de 2018. Ele não guarda mágoas da negociação e quer vitória da Portuguesa-RJ nesta tarde

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Marcão tem 29 anos, há mais de dez como profissional, e nunca atuou na Série A do Brasileirão. Nome pouco conhecido no cenário nacional, o catarinense passou por clubes de menor porte como Joinville, Guarani-SC, CRAC e América-RJ até chegar à Portuguesa-RJ, onde se destacou no Carioca do ano passado. As boas atuações despertaram o interesse do Vasco, que acertou salários, realizou exames médicos e... desistiu da contração na hora da assinatura. Hoje, pela Taça Guanabara, em Moça Bonita, o zagueiro da Lusa reencontra o clube que o fez sonhar há seis meses. E sem mágoas no coração.

Falei para minha esposa: 'Tem coisas que acontecem no momento certo e quando Deus permitir'. Fico feliz de ter meu nome vinculado lá. Quando fiz exame e recebi a noticia que as coisas não encaminharam bem, foi muito difícil. Mas não guardo mágoa. O fato de ter a negociação ja é um prestígio, um sinal que meu trabalho estava sendo reconhecido - afirma Marcão ao LANCE!, que espera atuar com a seriedade de sempre.

- Não tenho que fazer nada além do que venho fazendo. Tenho que jogar para minha equipe, não posso pensar em só em mim. Um jogador não ganha campeonato. É um jogo bom para poder mostrar que eu poderia estar lá ou em outros clubes grandes.

Na época, ainda sem Leandro Castan, o Vasco vivia uma reformulação no elenco após as saídas do técnico Zé Ricardo e do dirigente Paulo Pelaipe. Nos seus lugares, entraram Jorginho e PC Gusmão, respectivamente, e meses depois, Alexandre Faria. Não só mudanças na diretoria, mas a crise política instaurada no clube tumultuava o ambiente. O zagueiro nega que isso tenha influenciado, mas admite a frustração por ter perdido uma 'chance de ouro'.

Não vejo desorganização nenhuma, acontece. Sou ser humano, claro que fiquei sentido. A minha família já tinha recebido a notícia. Mas tirando isso, infelizmente, se não aconteceu foi porque não era para acontecer. A gente sabe, se tratando de um time grande, que vai ter a rejeição de torcedores por ver um jogador de não tão nome e outras equipes contratando estrelas. Isso acontece todo dia. Só não entendem que além de atleta nós somos seres humanos. Ninguém supera uma chance de ouro passar na frente da sua vida que pode mudar sua família. Mas quanto a isso, não tenho mágoas, não vejo desorganização. Fico mesmo muito feliz de ter sido ligado ao clube. Mas trabalho que segue. O ano é 2019 e quem sabe novas possibilidades apareçam.

Você chegou a falar com alguém da diretoria após o que ocorreu?

- Cheguei a falar, com a gestão do PC Gusmão. Não tem que ter remorso. São onze anos de bola, a gente sabe que o contrato só está valendo depois que assina. Fico feliz de ter quase assinado. Se não foi fechado como deveria, foi porque não era o momento. Logo depois, pude participar do acesso pelo Avaí, na Série B. Não veio uma coisa e Deus me permitiu com outra.

E você ainda tem a expectativa de atuar no Vasco ou em algum clube grande? 
- Com certeza. Trabalho todos os dias, focado, visando isso. Poder jogar uma Série A, um campeonato internacional. Primeiro tenho que viver minha realidade, que é o Carioca. A gente sempre sonha desde criança. Quem não sonha em vestir a camisa de um clube grande? Seria gratificante. Enquanto eu estiver jogando vou buscar sempre poder dar meu melhor e que um dia as portas possam se abrir. Esse é o objetivo, vou colher o que plantar.

Esse início de temporada pode ser marcante em caso de vitória contra o Vasco...
- Está sendo um começo de ano com surpresas porque o tive que foi montado para disputar coisas grandes. Ainda não encaixamos nosso padrão, até pela falta de condicionamento fisico, a falta de entrosamento em pouco tempo de trabalho... A gente fica um pouco limitado. O Carioca para nós é a Copa do Mundo. Não fomos bem nos primeiros jogos, mas apresentamos bom futebol contra o Fluminense. Vamos buscar o melhor resultado.

O Carioca é então uma grande vitrine para vocês, certo?

- A gente sabe que tem grandes jogadores em todas as equipes. Isso para nós é uma oportunidade muito grande para cada jogador. A gente almeja buscar sempre mais, mas, claro, pensando no bem da Portuguesa. É uma chance grande de dar um passo maior na carreira.

Ano passado você conseguiu anular o Riascos e garantiu a vitória da Portuguesa contra o Vasco. Já estudou os atacantes desse ano? Maxi não vai jogar...

- Que isso, não anulei. Foi um ótimo jogo, um duelo muito bom contra ele. Vou ser bem sincero, para nós todos que ali estão no elenco do Vasco exigem muita atenção. São jogadores de qualidade. Marrony, Ribamar...

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