A posse de Jorge Salgado é só daqui a um mês, mas o Vasco tem desafios para ontem. O presidente eleito do Cruz-Maltino sabe disso, e já se movimenta dentro dos limites do possível para amenizar o drama que vive o time. É a urgência. Demais trâmites do clube também carecem de atenção, mas é o futebol que precisa de ação imediata.
Desde a última sexta-feira, um dia após a decisão judicial que lhe fez presidente eleito, já há contato relevante entre Salgado e Alexandre Campello, atual mandatário, para tratar dos assuntos mais urgentes.
E o mais urgente dentre os motivos urgentes se chama Martín Benítez. O meia argentino vive situação que já poderia estar definida com o retorno dele ao Independiente (ARG), clube do qual está emprestado. O vínculo atual termina dia 31 deste mês e o Cruz-Maltino ainda não depositou o valor acordado.
Campello havia negociado a compra do jogador, o período de prioridade já estourou, foi estendido, mas cabe a Salgado avaliar se vai confirmar o acordo com o clube argentino. O atual mandatário foi quem deixou isso claro ao não sacramentar a negociação em meio à indefinição sobre o sucessor.
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Os milhões de reais, mesmo parcelados, são valores importantes para qualquer clube. Imagina para uma instituição que convive com salários atrasados. Reportagem do site "Esporte News Mundo", nesta mesma sexta, deu conta da dificuldade para novo empréstimo ou redução no valor negociado.
Já foi combinado e pode sair caro, se confirmado. Mas também pode sair cara a consequência de a compra de Benítez não ser finalizada. O argentino é o principal, se não for o único, articulador da equipe. E não será mais possível repor esta eventual perda com contratações para este Campeonato Brasileiro.
Com a janela de transferências fechada, caberá ao próximo presidente administrar um clube cujo departamento de futebol parece ter deixado lacunas no elenco. Com uma disputa contra o rebaixamento em curso.
E consequências ainda mais dramáticas serão vistas em caso de rebaixamento.
Diminuição nas receitas de televisão, possibilidades menores de patrocínios robustos... problemas não faltam e não faltarão para Jorge Salgado administrar. Sem contar na pressão sobre Ricardo Sá Pinto.