Opinião: Dois fatos podem resumir outro rebaixamento do Vasco

Gigante da Colina cai pela terceira vez após empatar com o Coritiba

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Dois fatos podem definir a terceira e absolutamente lamentável queda do Vasco para a Série B em oito anos: o deboche de Eurico Miranda, quando a situação do time já era desesperadora, e pior, as palavras do lateral Júlio César na sexta-feira passada.

Ambos deixam evidente o tipo de conceito que (des) norteava o rumo da nau nos mares do Brasileiro. O comportamento do mandatário, sugerindo nas entrelinhas de suas entrevistas, que poderia evitar o pior, de alguma forma, sabe-se lá qual. Quanto ao jogador, parece que raros notaram o equívoco, chegou a afirmar que a fuga do rebaixamento, caso ocorresse, mereceria um filme, pois a campanha era brilhante. Brilhante? Incrível ninguém ter reagido diante disto!

Além do mais, é fundamental ressaltar , para os que ainda acreditam na lisura do futebol: milhares de cruz-maltinos – incluindo o próprio – e até torcedores rivais repetiam que com Eurico na presidência o clube jamais cairia, pois o homem mexeria seus pauzinhos nos bastidores para impedir a tragédia. Pois o Vasco caiu com Eurico.

Na realidade, o clube começou o Brasileiro devagar, quase parando, com a certeza que a recuperação dos primeiros fracassos logo ocorreria, sem se preocupar em tentar modificar de maneira radical, enquanto havia tempo, o quadro cada vez mais ameaçador.

Os resultados obtidos no segundo turno, que trouxeram um mínimo de esperança ao torcedor, também não foram eficientes, como afirmou Júlio César, porque acabaram não sendo suficientes para escapar da degola. E pior: muita gente esqueceu que o primeiro turno também fazia parte do mesmo campeonato, e logo, o desempenho do Vasco, num todo, era efetivamente ruim.

De todo jeito, não resta qualquer dúvida que a ausência do Vasco da Série A em 2016 é péssima para todos, pois é um gigante do futebol brasileiro, capaz de arrastar multidões a qualquer lugar do país. Mas mostra sobretudo e definitivamente que se Eurico um dia teve a sua importância em São Januário, elevando o clube do plano regional para o internacional, vide a conquista da Libertadores de 1998, não é mais solução para os problemas expostos de forma clara no rebaixamento.

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