MP pede destituição de Eurico por ligação com organizada; Vasco trata denuncia como ‘absurda’

Presidente do clube é acusado de contratar membros da Força Jovem para trabalhar em São Januário e acobertar episódios de violência no estádio

imagem cameraEurico Miranda entrou na mira do MP do Rio de Janeiro (Reprodução)
Dia 14/09/2017
10:17
Compartilhar

A quinta-feira começou quente no Vasco com a notícia de que o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a destituição do presidente Eurico Miranda e seus vices-presidentes sob a acusação de contratar membros da torcida Força Jovem, organizada banida dos estádios, para trabalharem no clube. Ainda segundo a denúncia, o clube estaria acobertando casos de violência em São Januário.

Além da destituição, a ação prevê multa de R$ 500 mil e cita o fato de um camarote supostamente feito exclusivamente para a torcida organizada ter sido inaugurado no clássico contra o Flamengo, que terminou com confusão entre os torcedores. Na ocasião, Eurico foi clicado em fotos junto a membros da diretoria da Força Jovem.

O Ministério Público alega que, com a atitude, o Vasco desrespeita o Estatuto do Torcedor no que se refere à violência e dificulta o trabalho da Polícia Militar em dias de jogos.

Em julho deste ano os dois clubes se enfrentaram em São Januário e o Flamengo ganhou por 1 a 0. Após a partida o estádio se transformou em uma verdadeira praça de guerra, com torcedores feridos, outros invadindo cabines de rádio e cenas de violência. Um torcedor morreu após ser baleado do lado de fora de São januário. 

Em nota, o Vasco tratou a denuncia como 'absurda' e relacionou o episódio com o momento político do clube.

Confira a nota na íntegra: 

'Inacreditável!!!

É com perplexidade que tomamos conhecimento de tamanho absurdo. Não é novidade que um membro do Ministério Público tem se aventurado em ações absolutamente precipitadas e desarrazoadas no que tange os episódios de violência nos estádios cariocas, especialmente em relação ao Club de Regatas Vasco da Gama, contra o qual se chegou a deduzir pedido de interdição do Estádio pela via inadequada e com base em suposto descumprimento de obrigações de terceiros, que inusitadamente não foram alvos de pretensões similares.

Agora, seguindo a batida, e evidentemente temperada com questões pessoais e/ou políticas, se aventura, às vésperas do lançamento da candidatura do atual mandatário à reeleição, vir a juízo requerer, com base em mera ilação do parquet, a destituição de toda a diretoria do Clube, porquanto, segundo vocês afirmam, fotografias “comprovariam” que o VASCO apoia a Força Jovem e, por conseguinte, estimularia a violência nos estádios. Inacreditavelmente assiste-se a mais um exemplo de uso da máquina estatal como instrumento político!
Em meio a tantas evidências que levam à essa insofismável conclusão, vemos mais uma jogada ensaiada entre o(s) condutor(es) da manobra e os canais que se desesperam com a retomada do bom desempenho do futebol, afinal uma ação distribuída e que ainda se encontra em autuação produziu uma matéria em tempo recorde, a ser reverberada nas primeiras horas do dia do lançamento da candidatura do atual mandatário à reeleição. Nada mais peculiar!

Ora, se de um lado não há dúvidas do caráter político/pessoal da manobra encetada, há também de outro, a certeza que o Judiciário não servirá a tais propósitos, até porque, segundo determina o art. 37 do Estatuto do Torcedor, no qual se prevê a destituição de dirigentes, para que haja uma decisão neste sentido necessário se faz a observância do devido processo legal, o que, obrigatoriamente, ensejerá a prévia intimação do Clube para apresentação de defesa.

Busca pelo holofote, questões pessoais e sede de poder! Essa é a combinação que assustadoramente parece ter dado ensejo ao instrumento político em questão.

O Vasco, quando efetivamente intimado para manifestar-se, demonstrará o absurdo por de trás da manobra!

Diretoria
Club de Regatas Vasco da Gama'



Siga o Lance! no Google News