Retrospectiva LANCE!: três técnicos e os mesmos problemas marcaram o declínio do Vasco em 2021

Cabo, Lisca e Diniz chegaram convictos da qualidade dos atletas que comandariam. Mas não conseguiram fazer a equipe engrenar e viram que o acesso não passou de um sonho

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O Vasco teve três técnicos ao longo da temporada de 2021. E o roteiro foi o mesmo: eles chegaram animados, orgulhosos e convictos da qualidade dos jogadores que comandariam. Mas cada um deles deixou aspectos de energia sugada. Como quem faz o que pode, mas sem ser suficiente e passível de explicação. Com nenhum dos três, o time engrenou a ponto de entrar no G4 e o acesso não passou de um sonho.

A vergonha desempenhada pelo time na Série B do Campeonato Brasileiro não destaca negativamente um ou outro treinador. Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz tentaram implantar um estilo de jogo, que fizesse a equipe avançar. O primeiro deles foi o menos pior em números, o segundo desistiu e o terceiro foi outra vítima de um elenco desequilibrado e sem peças de reposição de qualidade.

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A sequência final que resultou na permanência na segunda divisão se deu com Diniz, mas os problemas foram basicamente os mesmos, desde o início. A montagem do elenco e o modelo de jogo tiveram Marcelo Cabo como aparente comandante, mas ele era uma peça da engrenagem. Desde a estreia, a fragilidade defensiva era nítida e a bola aérea um tormento anunciado.

O time apresentava problemas, demorava para se ajustar e quando pareceu ter encontrado um rumo aconteceu a demissão. Havia uma meta elevada de pontos, para o período dos três últimos jogos, que acabou não sendo cumprida. Cabo enxergou que o time renderia mais em um estilo de jogo reativo, dando a posse de bola para o adversário, mas não teve tempo de ver isso se transformar em pontos.

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Cheio de carisma, Lisca estreou com goleada por 4 a 1 sobre o Guarani, em São Januário, e encheu a torcida de esperança. Colocou Teresa Cristina para tocar no celular na entrevista coletiva pós-jogo e parecia mesmo "Doido". Empolgado e muito motivado. Mas foi minguando e se mostrando impotente diante da não recuperação da equipe na competição.

Sob o comando do treinador gaúcho, o Vasco caiu ainda mais de rendimento e foi presa fácil para os adversários. Velhos problemas davam o ar da graça a cada rodada. Erros coletivos e individuais, as jogadas aéreas, deslizes na saída de bola e espaços para contra-ataques. O ápice foi ver dois medalhistas olímpicos, que voltaram com moral, falharem diante do Londrina.

Sem rumo e longe do G4, o Vasco novamente foi ao mercado. E Fernando Diniz comandou o último fio de esperança. O início foi até promissor com vitórias em casa e aeroportos lotados como visitante. Porém, os velhos problemas foram implicáveis e o comandante não teve tempo de corrigi-los.

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Foi ele à beira do campo em dois dos momentos mais vexatórios da história do Vasco: as derrotas, como se deram, no contexto dado, para Botafogo e Vitória. Goleadas pesadas diante da torcida, na Colina Histórica, com clima de tensão, desespero e tristeza. Diniz não resistiu ao ver as chances de acesso se tornarem nulas. E coube ao interino Fábio Cortez finalizar a pífia campanha sem conseguir triunfar (últimas três partidas). Na conta, oito jogos sem vencer e um ano para esquecer. 

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