Em tempos distintos, Vasco marca no início, aposta nos contra-ataques, e conquista mais uma vitória em casa
Cruz-Maltino segue com estilo de jogo mais reativo e conquista a quarto triunfo seguido em São Januário pela Série B. Equipe caiu de rendimento e pouco atacou no segundo tempo
A dura sequência do Vasco contra os três primeiros colocados teve início nesta sexta. Diante do Sampaio Corrêa, a equipe conseguiu emplacar o quarto triunfo seguido em São Januário e se aproximar do G4. Cabo implantou novamente um estilo de jogo mais reativo, que tem dado resultado, porém o time pouco atacou na etapa final. O Cruz-Maltino deu a bola para o adversário, teve menos posse de bola, e apostou nos contra-ataques.
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Sem Bruno Gomes, Léo Jabá, Michel e Morato, Cabo escalou parte da espinha dorsal da equipe que disputou o Carioca. O início da partida foi promissor e arrancou o sorriso do rosto de cada torcedor vascaíno. Logo no primeiro minuto, Léo Matos deu um passe açucarado para Cano, que só teve o trabalho de deslocar o goleiro Mota e correr para o abraço.
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A partir disso, Cruz-Maltino deu a bola para os visitantes, e apostou em contra-ataques rápidos. Os espaços foram dados, e o time teve algumas chances de ampliar o marcador. Marquinhos Gabriel chutou por cima da meta, e Léo Matos cabeceou sozinho, mas Zé Mario tirou em cima da linha. Minutos depois, Cano fez linda jogada e chutou de fora da área para grande defesa do arqueiro do time maranhense.
O desempenho defensivo chamou a atenção. Nas vezes em que o Sampaio Corrêa chegou com algum perigo, a defesa se comportou bem, principalmente nas bolas aéreas. Ernando, Léo Matos e Castan se destacaram neste fundamento. Apesar de ter menos posse de bola, o Vasco teve mais chances de gol no primeiro tempo (5 finalizações em direção ao gol, segundo números do "Footstats"). Faltou ser letal para construir um resultado mais tranquilo.
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Na etapa final, os comandados de Marcelo Cabo abdicaram do ataque. Esse é um dos perigos desse estilo de jogo mais reativo, não conseguir ser efetivo nos contragolpes. A proposta tem funcionado, mas o segundo tempo foi bem abaixo, com apenas uma finalização em direção ao gol dos visitantes. Algo que aconteceu somente nos acréscimos com um bonito lance individual do jovem lateral-esquerdo Riquelme.
O Sampaio Corrêa se limitava a cruzar bolas na área (34 no total) e construiu pouco, é verdade. Mas diante de Coritiba e Náutico, os dois primeiros colocados na tabela, o Vasco não pode ficar quase um tempo inteiro sem chegar à área adversária. O time precisa ter mais qualidade nessas jogadas, sendo mais efetivo para sofrer menos.
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Na coletiva de imprensa, Cabo elogiou a atuação do time e enxergou uma evolução. A torcida do Vasco ainda não está satisfeita com o desempenho, mas o time conseguiu pontuar e se aproximar do G4. Ainda é necessário encontrar o equilíbrio dessa plataforma de jogo, e a equipe não pode se limitar a jogadas individuais. É necessário haver mais qualidade e criatividade para que os contra-ataques sejam pautados em construções coletivas.
O Vasco terminou a partida com 31% de posse de bola. É uma ideia de jogo, que tem dado resultado, mas não se pode deixar de atacar. Ter uma proposta de jogo mais reativa é bem diferente de se anular em campo, e o segundo tempo desta sexta tem que servir de exemplo para a sequência da Série B. Outro traço positivo foi a entrega dos atletas, com muita vibração e aplicação tática. Fatores que podem representar o caminho de um time mais competitivo e a porta de entrada para o retorno à elite tão sonhada pelos torcedores.