Depois das posses do novo presidente do Vasco, Jorge Salgado, dos vices e das novas mesas do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal, resta um órgão. O Conselho de Beneméritos, outrora decisivo no clube, vive momentos de tensão ao longo desta semana, às vésperas da eleição.
A votação será nesta sexta-feira, mas não sem antes a já tradicional celeuma vascaína de cada pleito. O atual presidente, Silvio Godoi, havia prolongado, entendendo estar amparado pelo estatuto, o próprio mandato. A justificativa era a pandemia de Covid-19.
Na sequência, o vice-presidente do Conselho de Beneméritos, José Luis Moreira, reuniu assinaturas para a realização da votação, enquanto, quase que paralelamente, o Conselho Deliberativo aprovou a contratação de uma empresa para a realização do pleito de forma híbrida.
O ato seguinte foi Godoi convocar a eleição para esta sexta-feira, e de forma presencial. Nesta quarta-feira, o grande benemérito Fernando Horta fez acusações a Godoi numa entrevista ao Uol. Há expectativa que novamente a Justiça decida o formato de um evento do Vasco.
Politicamente
O Conselho de Beneméritos do Vasco é um órgão moderador do clube. Diferentemente dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, não tem formação da mesa diretora por eleição a partir das chapas eleitas na disputa principal, que teve Jorge Salgado como vencedor no último 14 de novembro.
Por décadas, Eurico Miranda foi o manda-chuva dos beneméritos. Quando não presidente de tal órgão, era a voz principal, e acabava sendo decisivo nas disputas internas. Isso porque tal conselho tem 150 nomes, que se juntam aos 150 eleitos para a formação do Deliberativo.
Mais recentemente, já após a morte de Eurico e perto da eleição do ano passado, a Junta Deliberativa, formada pelos presidentes dos poderes do clube, também esteve em evidência. Mas no cenário atual, o Conselho de Beneméritos está dividido.
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A tendência é que Silvio Godoi e Antônio Peralta sejam os candidatos a mandatário da casa. Neste caso, Silvio esteve mais alinhado com Luiz Roberto Leven Siano na última eleição. Acredita-se que, mesmo sem cadeira no Deliberativo, as opiniões de Leven reverberem como oposição no triênio iniciado.
Mesmo assim, como há falta de unidade entre os beneméritos - o que era facilmente obtida nos tempos de Eurico Miranda - a capacidade de gerar incômodos políticos na diretoria administrativa do clube é pequena.