Após a derrota por 4 a 1 para o Ceará na última segunda, o torcedor vascaíno depositava esperança em uma classificação para as quartas de finais da Copa Sul-Americana. A equipe necessitava apenas de um empate sem gols diante do Defensa y Justicia, da Argentina, para avançar. Porém, o que se viu foi um time que abusou dos gols perdidos, teve uma falha crucial na defesa e deu adeus à competição continental.
Problemas de planejamento e elenco desequilibrado
Com mais um vexame, o Cruz-Maltino tem colecionado eliminações nos últimos anos e a derrota desta quinta escancarou velhos problemas já conhecidos e longe de serem solucionados. Um deles é a limitação de seu elenco, com jogadores, que constantemente apresentam falhas técnicas, e comprometem resultados e conquistas esportivas. Porém, essa questão vai além das dificuldades financeiras do clube.
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Sendo assim, a falta de planejamento é exposta perante as escolhas realizadas. O elenco não é só limitado, como desequilibrado em diversos sentidos. Desde os financeiros, com atletas recebendo altos salários e não atuando, até a falta de material humano em determinadas posições como: nas laterais e no meio-campo, que carece de qualidade e criatividade.
Passada a empolgação com "Ramonismo", a realidade do Vasco é de uma guerra política sem fim e da luta contra mais um rebaixamento sob o comando de Sá Pinto. Uma queda seria catastrófica para as finanças e imagem do clube, como aconteceu recentemente com o Cruzeiro. Com um ponto a menos que o Sport, a esperança de recuperação passa pelos pés de seus dois melhores jogadores: Benítez e Cano, que mostraram não ter reservas à altura.
Chances perdidas, falha defensiva e demora nas substituições
Na noite desta quinta, os criticados Ribamar e Yago Pikachu foram novamente escalados como titulares do Vasco em uma decisão. O que estava em jogo não era só a sequência em um torneio continental, como a premiação de R$ 3,1 milhões para tentar aliviar os cofres do clube. Dentro das quatro linhas, os reflexos dessas escolhas equivocadas já apareceram logo aos 10 minutos.
Em ótimo passe de Martín Benítez, o camisa 9 entrou sozinho, cara a cara com o goleiro Unsain e finalizou de perna esquerda em direção à linha de fundo. Na etapa final, as oportunidades desperdiçadas aumentaram. O colombiano Gustavo Torres recebeu de Neto Borges e poderia ter tocado para Ribamar só empurrar para as redes, mas isolou a bola.
Minutos depois, uma verdadeira lambança da defesa cruz-maltina culminou no lance da eliminação. Após cruzamento, Marcelo Alves tentou cortar e a bola subiu, mas caiu em direção à meta vascaína. O goleiro Lucão calculou mal, pensou que ela fosse sair, mas bateu no travessão e voltou para Hachen abrir o placar. O jovem, de 19 anos, deixou o campo chorando, amparado por Fernando Miguel e Carlos Germano, mas é uma joia a ser lapida pelo clube.
Antes do fatídico apito final, Ribamar ainda perdeu mais três oportunidades e em uma delas furou de forma bisonha. Com isso, o treinador português demorou a mexer no time. O Cruz-Maltino necessitava de sangue novo para tentar o empate, porém a primeira substituição só aconteceu aos 31, exatos vinte minutos depois do gol do Defensa. Ao ser questionado sobre a demora, o técnico se irritou e foi irônico com jornalistas.
- Não entendi. Na próxima, me diga o telefone dele que pergunto quando devo substituir - reclamou.