O comentarista Pedrinho foi uma das personalidades vascaínas que deram o último adeus a Roberto Dinamite. O ex-jogador se emocionou ao se aproximar do maior ídolo da história Vasco e contou sobre a relação de idolatria com o camisa 10.
- A gente era de uma família humilde e o meu pai escutava os jogos no radinho. Vasco e Flamengo sempre naquela rivalidade. Roberto se destacando de um lado e Zico do outro. Depois, por ironia e desejo do destino, eu vim treinar aqui. Eu chegava para treinar no final do dia e o treino do profissional estava terminando. Eles terminavam sempre com falta. E aí dava para a gente chamar eles. Chamava o Mauricinho, os outros jogadores e, principalmente, o Roberto (Dinamite). Ele sempre acenava. Depois que eu me tornei profissional, eu tive uma relação muito próxima. Para mim é sempre muito emocionante vir aqui, porque passei muitas noite embaixo da arquibancada. Acabou que o Roberto depois foi o meu presidente. Só que eu acho que ele nunca percebeu que eu não via ele como presidente. Porque tinha aquela idolatria - disse Pedrinho, que completou:
- Em 2008, quando eu voltei para o Vasco, do mundo árabe, o meu pai tinha falecido e eu queria voltar para o Rio de Janeiro, para o Vasco especificamente. Eu praticamente pedi isso. Tinha uma certa resistência de um grupo. O negócio ficou praticamente parado e o Roberto me ligou de noite e pede para eu vir no dia seguinte. Por essa relação também e toda minha história dentro do clube, ele fez uma homenagem. Se eu não tiver enganado, só eu, ele e Edmundo tivemos uma despedida. É duro. A gente tem particularidades com algumas pessoas. Todo mundo que parte, leva um pedacinho de você. Ele deixou o legado da palavra ídolo na essência mesmo. A minha dúvida era se ele sabia o tamanho dele, por isso ele é tão generoso. Ou se ele sabia também e essa generosidade partia desse princípio. É triste. Mas ele estava sofrendo um pouco. Que Deus dê paz para a família.