O vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal, disparou contra a due diligence realizada pela KPMG, consultoria que intermediou a venda da SAF à 777 Partners. Em entrevista à VascoTV, o advogado criticou o escritório dizendo que as buscas pela empresa "foram feitas no Google" e cravou que houve um "erro grave de procedimento".
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- A gente teve conhecimento de um documento da 777 Partners datado de setembro de 2022. Esse balanço é do mês de concretização do negócio. Consta expressamente que o prejuízo operacional da 777, em setembro de 2022, era mais de R$ 1 bilhão. Fora isso, está neste balanço que a 777 tinha em dívidas valores superiores aos ativos somados. Ou seja, em setembro de 2022, a 777 estava quebrada. Mas este documento não foi revelado ou encontrado na época da concretização do negócio. Por que? Ninguém viu? Ninguém teve o cuidado de pedir o balanço daquele mês? - e completou criticando a KPMG:
- Cadê a empresa que foi contratada justamente para fazer a due diligence da 777. Não viu? Foi remunerada para isso. Pior. No relatório que essa empresa apresentou consta uma frase que diz o seguinte: "maiores informações sobre a situação financeira da 777 não foram encontradas em buscas online". Ou seja, pelo o que eu entendi, essa empresa foi contratada e fez buscas no Google acerca da situação financeira da 777. Que trabalho é esse? Que due diligence é essa? Mas não só isso. Essa mesma empresa, que foi contratada para fazer a due diligence da 777, é a mesma empresa, que em caso de venda para a 777, receberia uma comissão. Existe um conflito. É um erro grave de procedimento. Todas estas questões estão sendo investigadas pelo Conselho Deliberativo do clube, que é quem tem competência para tal. Vamos aguardar os desdobramentos da investigação. É uma situação inusitada. A venda foi venda de forma rápida, como sem o dever e cuidado necessário, considerando o tamanho da operação e as partes envolvidas.
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Respondendo aos questionamemtos feitos pelos torcedores, Felipe Carregal também comentou sobre onde foram parar os recursos destinados a venda de jogadores, e aportes. Segundo o vice-presidente jurídico do Vasco, o dinheiro foi para cobrir um custo alto e que não deu retorno.
- A destinação dos valores relacionados à venda de jogadores foram destinados da mesma forma que os aportes. Para cobrir um custo operacional altíssimo da Vasco SAF. Um custo operacional que não deu retorno esportivo e financeiro para a Vasco SAF.
KPMG cobra ao Vasco
Em outubro, a KPMG acionou o Vasco na Justiça de São Paulo para cobrar R$ 5.363.140,93 da SAF do Vasco. A consultoria alega que não recebeu diversos valores desde a contratação, em fevereiro de 2018, época em que Alexandre Campello era presidente.
Após, o Vasco acrescentou aditivos no contrato. Um deles foi a possibilidade da criação da SAF. Com isso, a consultoria conseguiu diversas bonificações com base nos aportes feitos pela 777 Partners.