Técnico do Sesc RJ Flamengo, Bernardinho foi anunciado nesta segunda-feira como comandante da seleção masculina da França, assumindo o cargo depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Repetindo o que foi feito nas últimas duas décadas, quando esteve a frente das Seleções feminina e masculina do Brasil, o treinador vai manter todos os seus projetos e parcerias no país, incluindo o comando da equipe carioca.
– Chegamos a um acordo e será, sem dúvida um desafio importante. Espero poder contribuir com minha experiência na seleção masculina da França, mas seguirei a maior parte do tempo no Brasil. A prioridade nunca deixou nem deixará de ser os projetos que já tenho em andamento por aqui, como o Sesc RJ Flamengo e todos os demais parceiros. Acredito que essa experiência possa somar bastante em todas essas frentes, levando tudo a um ambiente global, adquirindo uma experiência internacional que possa incrementar as entregas. O objetivo com a França é 2024, mas em todos os outros projetos a expectativa é que sigam adiante. Sempre me dediquei de coração a todos os trabalhos e seguirei assim, com muita vontade de ampliar esses vínculos no Brasil por muitos outros anos – revelou Bernardinho.
Sobre o Sesc RJ Flamengo, o treinador fez uma avaliação sobre a última temporada e segue trabalhando com a comissão técnica na montagem da equipe para 2021/2022.
– Continuamos normalmente o nosso trabalho para montar o elenco. A última temporada foi atípica, muito dura para todos e esperamos atingir melhores resultados na próxima. Trabalho nunca falou e não faltará. Seguiremos dando duro para que o time consiga deixar o seu melhor em quadra e que isso nos possibilite brigar por títulos.
Depois de seis Olimpíadas seguidas comandando as Seleções Brasileiras, conquistando medalhas em todas as edições (masculina: ouro 2004 e 2016, prata 2008 e 2012; feminina: bronze 96 e 2000), Bernardinho não quer tirar o foco da seleção francesa neste momento.
– Espero ainda ter muitos anos de carreira pela frente e meu coração nunca vai deixar de ser verde e amarelo. Quando decidi não ocupar mais o cargo de técnico da Seleção Brasileira, depois da Rio 2016, senti um vazio. Sabia que estava deixando uma paixão, mas por uma excelente causa. Essa troca, essa oxigenação, foi muito positiva para o desenvolvimento do vôlei brasileiro. Eu não poderia ficar ocupando o posto para sempre. O Brasil se tornou referência mundial com os excelentes trabalhos do Zé Roberto, lá atrás com a masculina e mais recentemente com a feminina, e com tudo que desenvolvemos também nas duas seleções. Ter um convite para assumir uma seleção que disputará os Jogos Olímpicos em casa é a prova de como elevamos o nome do Brasil internacionalmente. Dirigir a França será um desafio muito grande e eu sou movido a desafios, todos sabem. Ainda tenho muitos anos pela frente fazendo o que mais gosto, que é treinar equipes e desenvolver pessoas. Eventualmente podemos enfrentar o Brasil, estarei ali trabalhando, normalmente, como muitos outros técnicos já fizeram, e em vários esportes, mas seguirei com meu coração verde e amarelo – finalizou Bernardinho.