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Bruninho admite frustração no Brasil e vê perseguição a Murilo em doping

Prestes a iniciar novo ciclo olímpico, levantador se cobra por desempenho no Sesi, diz que nível da Superliga não foi bom e defende ponteiro: ‘Ele é um cara que se posiciona muito’

Brasil x França, Liga Mundial, Bruninho (Foto: Divulgação/FIVB)
imagem cameraBruninho é um dos campeões olímpicos que seguirão na Seleção rumo a Tóquio-2020 (Foto: Divulgação/FIVB)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 15/05/2017
20:41
Atualizado em 16/05/2017
08:05

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Os dias em Saquarema (RJ), onde fica localizado o Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), têm sido de reflexão para o levantador Bruninho. Aos 30 anos, o campeão olímpico na Rio-2016 tenta iniciar mais um ciclo vitorioso na Seleção e apagar uma temporada que ele classifica como frustrante com o uniforme do Sesi-SP.

Após a eliminação na semifinal da última Superliga para o Funvic Taubaté, o titular da conquista do ouro na capital fluminense acertou sua transferência para o Modena (ITA), clube que defendeu em 2011/2012, 2014/2015 e 2015/2016, e no qual conquistou Campeonato Italiano, Supercopa e duas Copas da Itália.

Crítico quanto ao seu desempenho e ao nível do torneio nacional, o levantador acredita que o retorno à Europa será necessário se ele quiser chegar bem à Olimpíada de Tóquio-2020. O primeiro desafio da Seleção Brasileira nesta temporada é a Liga Mundial, entre 2 de junho e 8 de julho.

– Ficou uma frustração, porque acho que eu poderia ter rendido mais. Faz parte da vida de atleta. Nem sempre se consegue manter o melhor nível. Faço essa autorreflexão – contou o atleta, ao LANCE!, durante evento da Oi em Saquarema, onde a elite do surfe disputa a etapa do Circuito Mundial (WCT).

Ao receber a proposta dos italianos, Bruno diz que não pensou muito. O jogador se posicionou a favor do fim do ranking, que limita em três o número de astros de sete pontos por time, sem sucesso. Dentro e fora de quadra, ficou insatisfeito.

– Não foi uma boa Superliga. Sabemos que o Brasil ainda está devendo um pouco em técnica e organização. Tem melhorado, pois há bons jogadores e há times fortes, mas ainda falta. No quesito saque e erros, está muito abaixo da liga italiana – falou o atleta.

Amigo e ex-companheiro de Murilo, que testou positivo para o diurético furosemida, em exame fora de competição da Federação Internacional (FIVB), conforme relevou o jornal "O Globo", Bruninho defende o ponteiro. E questiona o fato de o colega ter sido o único jogador procurado pela entidade mundial, presidida pelo brasileiro Ary Graça, desafeto do atacante.

O procedimento, geralmente realizado em dias de jogos, pegou o atacante e o clube de surpresa. O teste que detectou a substância no atleta de 35 anos aconteceu em 11 de abril, em sua casa, em São Paulo, na época dos playoffs. Ele aguarda o resultado da contraprova.

– Acho estranho, pois é um cara que se posiciona muito. É curioso que o único caso de doping pós-Olimpíada seja de um atleta com opiniões tão fortes. Mas tenho certeza de que tudo será esclarecido – falou Bruno.

Murilo dará versão nesta terça

Após passar férias no Rio Grande do Sul com a família, o ponteiro Murilo se pronunciará pela primeira vez sobre o seu caso de doping nesta terça-feira, em uma entrevista coletiva às 11h, na Vila Leopoldina, em São Paulo.

O jogador já contratou o advogado Marcelo Franklin, que auxilou o nadador Cesar Cielo, flagrado com a mesma substância, e a velocista Ana Cláudia Lemos, que no ano passado testou positivo para um esteroide anabolizante. Ambos pegaram penas leves.

Murilo já renovou contrato com o Sesi-SP para a próxima temporada. Ele deve substituir Serginho na função de líbero.

Ingressos para a Fase Final da Liga Mundial começam a ser vendidos

A venda de ingressos para a Fase Final da Liga Mundial de vôlei, na Arena da Baixada, em Curitiba, foi aberta ontem. Esta será a segunda vez que o estádio do Atlético Paranaense recebe a Seleção masculina, que já está classificada por ser o país-sede.

Terão acesso a ao primeiro lote os clientes do Banco do Brasil e sócios do Clube Atlético Paranaense. A compra pode ser feita no site https://www.ingressoscap.com.br/. A venda para o público geral começa a partir deste domingo. Ainda não foram divulgados os postos físicos.

O Brasil estreia no dia 2 de junho, contra a Polônia, em Pesaro (ITA). Na primeira etapa, a equipe verde e amarela ainda enfrentará Irã e os donos da casa. Da Itália, vai para Varna (BUL), onde a joga contra Canadá, a Polônia novamente e a Bulgária.

A terceira semana será em Córdoba (ARG), para partidas contra a Bulgária, Argentina e Sérvia. A competição terá um intervalo e, então, terá a fase final disputada no Brasil.

O Brasil é o maior vencedor da Liga Mundial, com nove títulos. Mas a equipe vem de longo jejum na competição. A última taça, sob o comando de Bernardinho, veio em 2010.

BATE-BOLA
Bruninho
Levantador, ao LANCE!

‘O vôlei brasileiro precisa de cuidados’

Que avaliação faz do início de treinos da Seleção e do trabalho do Renan Dal Zotto no comando?
Tivemos uma primeira semana muito boa de treinamentos. O Renan, que já foi meu técnico antes, na Cimed, é um cara bastante criativo, que muda os treinamentos. Isso motiva os atletas a cada dia tentar aproveitar ao máximo o trabalho. Estou muito motivado para esse início de ciclo. Quando você se acostuma a estar entre os melhores, sempre vai querer mais. Acho que estamos no caminho certo. Na Liga Mundial, que é o primeiro campeonato importante de um novo ciclo, temos um novo grupo, com vários remanescentes do título olímpico, mas com alguns da nova geração. Vai ser muito bacana.

O que te levou a voltar para Modena? Não pensou em ficar?
Pensei muito nisso. Quero jogar mais um ciclo em alto nível, chegar em 2020 na melhor forma física e técnica possível. Por enquanto, o Campeonato Italiano ainda é o melhor, de mais alto nível nos clubes. O vôlei brasileiro é bom, mas precisa de cuidados. Espero que sejam mais três anos de títulos, né? Já conheço, gosto da cidade, e estou animado.

A briga pelo fim do ranking esfriou? As jogadoras ainda esperam uma decisão judicial...

Deu uma esfriada. Não temos muito o que fazer. Ficamos nas mãos dos clubes, que decidem. Temos de esperar mais uma temporada. O importante é que nenhum jogador fique sem time. Por enquanto, a maioria vem tendo oportunidades.

Tem mantido contato com o Murilo sobre o caso de doping?
Mantemos contato direto, é um amigo. Ele está tranquilo, pediu a contraprova e vai analisar todos os medicamentos e suplementos que toma. Tenho certeza de que tudo será esclarecido. Se ele estivesse jogando hoje aquele voleibol de quatro, cinco anos atrás, poderia até haver alguma suspeita, mas estamos vendo que ele não é mais o mesmo.

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