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Caramuru: outra reclamação de calote no vôlei brasileiro

Time paranaense ficou devendo salários na Superliga, mas se inscreveu na 3ª Divisão

Caramuru x Corinthians - Superliga Masculina
Duelo entre Corinthians e Caramuru (José Tramontin/Caramuru)

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Atletas e integrantes da comissão técnica do Caramuru, participante da elite masculina do vôlei na temporada passada, reclamaram de falta de pagamento e insatisfação com a inscrição do time paranaense na próxima Superliga C.

Segundo a nota divulgada por eles, as dívidas chegaram a cinco meses de salários. Para a surpresa dos atletas e integrantes da comissão técnica, Caramuru apareceu como um dos inscritos na próxima edição da terceira divisão nacional, mesmo sem o documento de comprovação do cumprimento do fair play financeiro, item do regulamento da Superliga.

Veja abaixo a nota de repúdio assinada por Victor Hilllmann Despindola, que chegou a comandar o Caramuru Vôlei na temporada 2018/2019:

"Fui atleta e membro da comissão técnica da Associação Caramuru Vôlei na temporada 2018/2019. A Superliga e a temporada acabaram sem que eu recebesse meus salários.

Ao final de toda a temporada, nós, atletas, comissão técnica e clube, tentamos firmar um acordo pacífico e legal entre as partes, num denominado termo de confissão de dívida, pois as dívidas chegaram na média de 5 meses de salário para cada integrante (aproximadamente 50% de todo o contrato), alguns mais, alguns menos. Porém, ao entrar em contato com todos os integrantes do elenco, percebemos que o documento de alguns foi assinado e o de outros não. Os representantes do clube simplesmente sumiram, não retornaram mais os e-mails e não sabemos o que vai acontecer.

Estamos aqui para demonstrar nossa indignação perante tudo o que aconteceu, uma vez que cumprimos com muito profissionalismo todas as nossas obrigações como atletas e comissão, levando o nome do clube durante toda a temporada, permitindo à Associação negociar e receber todos os valores e verbas de patrocínio. Por tudo isso, decidimos exercer nossos direitos e não assinar o termo de regularidade financeira de CBV, um termo que todos os clubes devem entregar com a assinatura de todos os atletas e comissão técnica, para poder confirmar a participação na Superliga A 2019/2020 ou Superliga B 2019/2020.

Passaram-se os prazos para a entrega desse documento, causando desistência da equipe em participar da Superliga B, pois havia sido rebaixada.

Acontece que, essa semana, foi confirmada a inscrição da Associação Caramuru Vôlei na Superliga C e, agora, fica uma dúvida do que irá acontecer com todos esses débitos que se encontram atrasados, pois até o momento, somos os únicos prejudicados.

Sendo assim, a CBV é o único órgão que poderia condenar e coibir essa prática de forçar a equipe a cumprir o pagamento dos atletas, sob pena de negar a inscrição da equipe devedora em qualquer competição organizada por ela, e assim colaborar com a evolução e o profissionalismo no voleibol nacional"

Na semana passada, outro caso parecido sacudiu o vôlei nacional. A CBV permitiu a inscrição do América/Montes Claros na Superliga mesmo com dívidas do Corinthians/Guarulhos, time que utilizou a vaga dos mineiros na temporada passada e não pagou todos os salários. Montes Claros se aproveitou de uma brecha no regulamento, entrando na justiça contra os atletas e integrantes da comissão técnica que ficaram sem receber. O caso culminou com a renúncia da Comissão de Atletas da CBV, insatisfeita com a decisão da entidade. 

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