Empresa que cuida do Independência quer rescindir contrato
a Luarenas/BWA alega prejuízo de R$ 10 milhões com a gestão do estádio e afirmou que houve falha de cálculo ao assinar o contrato com o Governo de Minas
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A gestão de estádios em parcerias público-privadas está em crise no Brasil. Após o Maracanã esta prestes a ser cedido para Flamengo e Fluminense com a decisão do Estado do Rio de rever o contrato com a Concessionária que cuida do Maraca, outra arena que foi reformada com dinheiro público para a Copa do Mundo de 2014 pode voltar às mãos do Estado,, no caso Minas Gerais.
A empresa Luarenas, que cuida do Independência desde 2012, quando o estádio foi reformado para ser sede dos clubes da capital mineira, enquanto o Mineirão era preparado para o Mundial de 2014, entrou com um processo de rescisão contratual da gestão do Estádio do Horto no governo de Minas Gerais., O pedido foi protocolado no fim do ano passado, quando o governador era Fernando Pimentel(PT-MG). Segundo a gestora do Independência, a decisão tomada foi pelos prejuízos de mais de R$ 10 milhões com a administração do estádio.
Desde setembro de 2017, a BWA/Luarenas se expressou sobre as dificuldades de manter o Independência. O seu presidente, Bruno Balsimelli, já havia manifestado o desejo de romper o contrato com o estado . Em matéria publicada no jornal O Tempo, o assunto voltou à pauta.
Bruno Balsimelli deu uma entrevista entrevista à Rádio Itatiaia e disse que a despesa anual com o Independência é de R$ 4 milhões, explicando que parte da verba gasta foi em melhorias na arena, como. ampliação dos bancos de reservas e a capacidade de iluminação.
-Nós queremos um reequilíbrio. Não há reequilíbrio? Então, pedimos a devolução. Isso no ano passado e não tiveram objeção, enrolaram mais uma vez. Barganharam e jogaram para este ano. Nós estamos assim. Aí vêm depois outras conotações, como a CBF, e manda ampliar o banco de reservas. Aí capacidade de iluminação deve ser aumentada, tudo isso em dezembro, janeiro, foram-se 281 mil reais a mais.
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A Luarenas quer que seja feito um recálculo contratual e ressarcimento por parte do Estado. O contrato de concessão do Independência vai até 2022 podendo renovar até 2029.
-Eu, como cidadão brasileiro, penso que o governo não tem que investir R$ 4 milhões no equipamento por ano. O governo tem que se preocupar com educação, saúde e com segurança. A parte de esporte e estádio tem que ser uma coisa privada, não tem nada a ver com eles. Agora, tem que ser uma parceria que seja boa para todos os lados. Acredito também que R$ 4 milhões não estão no orçamento do América-MG, porque ele tem que pensar em jogar bola e ganhar títulos. É isso que pensamos. Agora é fazer uma aproximação melhor para resolver de vez, ou fazer readequação conforme pedimos. Ficamos no equipamento até 2022, cumprimos o contrato, mas com algo que seja justo. Porque fizemos investimento de R$ 15 milhões, mas temos prejuízo de mais de R$ 10 milhões acumulado. Ah, mas o governo disse que tenho que pagar R$ 6 milhões, mais 6. É uma balança. Temos que sentar e conversar isso de uma vez por todas- contou. .
De acordo com o diretor da Luarenas, houve um erro de cálculo quando o do contrato foi fechado com o governo de Minas Gerais. Bruno Balsimelli joga a responsabilidade em uma empresa contratada para fazer o estudo de viabilidade
-Nós pedimos um reequilíbrio do equipamento, em meados de 2013, 2014. Fundamentamos, contratamos, uma perícia para ver quanto que dava o faturamento do equipamento. Aliás, o poder concedente tinha um órgão triple-a (nota de avaliação de crédito atribuída a empresas), que fazia as medições de todos os jogos. E eles tinham uma noção exata do faturamento real do equipamento. O que aconteceu? Quando o entrave foi feito, acredito que foi feito por pessoas que não tinham esclarecimento total de arena, o quanto se podia arrecadar- explicou.
-O valor que foi colocado é um absurdo. Erraram totalmente a viabilidade de ter esse equipamento nessas condições de repassar alguma coisa para o concedente e para o América. E provamos para eles que tínhamos dados concretos e fundamentamos ao Ministério Público. Mostramos para eles que havia condições de fazer o reequilíbrio. Fizemos algumas reuniões, fomos à CGE (Controladoria Geral do Estado) e sempre tentando um acordo, fazer a coisa a duas mãos. Não sendo arbitrário para um lado só- acrescentou.
Bruno Balsimelli espera uma resposta do governo mineiro em 90 dias para encontrar uma solução que seja viável neste momento.
-Essa novela acho que se encerra, acredito, em 90 dias. Com isso, deve ter uma definição de qual caminho a seguir das duas partes. Estamos tendo uma boa conversa com o secretário de esportes, vamos ver se chegamos a um bom senso-disse.
Dívidas com o América-MG
A cessão do Independência em 2012 previa que o América-MG recebesse parte da arrecadação com o estádio por ser o antigo dono, pois antes da reforma havia um contrato de comodato entre o Coelho e o Estado que era válido por 30 anos. Após a reforma, ficou acordado que o time americano teria direito a um aluguel como recompensa por ceder a administração da arena.
A Luarenas admitiu que não faz repasses ao governo de Minas e ao América-Mg desde 2016, conforme exige o contrato. Nas contas do Coelho, a dívida da empresa com o clube está em torno de R$ 6 milhões.
-O América tem relação direta com o Governo de Minas, num contrato de cessão do Independência, e está buscando soluções para ele dentro de uma coerência de trabalho do Clube- explicou o Coelho em nota.
O Atlético-MG, que é parceiro comercial da Luarenas, também está envolvido no processo, já que tem direito a 45% do lucro da nova arena, assim como a BWA. O América-MG, dono do estádio, fica com 5%, mesma porcentagem que teria direito o governo de Minas, que pagou pela reforma ,gastando R$ 130 milhões.
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