Retrospectiva LANCE 2021: como foi o desempenho dos técnicos do América-MG na temporada
O Coelho teve três técnicos e "sobreviveu" bem às mudanças no comando técnico, conseguindo resultados históricos em campo
O América-MG teve três treinadores em 2021, assim como o rival Cruzeiro . Lisca, Vagner Mancini e Marquinhos Santos, que encerrou a temporada no Coelho. Porém, ao contrário da Raposa, que teve desempenho pífio, o time americano conseguiu manter o bom nível do seu jogo e concluiu um ano histórico, com a melhor campanha na Série A, ficando na oitava posição e uma vaga na fase pré-grupos da Libertadores, que será o primeiro torneio internacional do clube em mais de 100 anos.
O segredo? Os três técnicos seguiram uma linha de trabalho linear, sem provocar mudanças intensas na equipe e aproveitando o melhor do elenco, sem mudar a forma de jogar que vinha dando certo: ser um time forte na defesa e com poucos erros no ataque, apesar de não ter um grande número de gols no ano (57 em 70 jogos).
Lisca
Com trabalho consolidado desde 2020 quando levou o Coelho de volta à Série A, Lisca tinha começado o ano bem, tendo embates fortes contra o Atlético-MG, perdendo o título mineiro pelos critérios de desempate, sem ser derrotado na final. Esse promissor desempenho credenciava e fazer uma primeira divisão segura.
Mas, não foi o que aconteceu . Dos 61 % de aproveitamento desde que assumira o Coelho (81 jogos. 40 vitórias, 27 empates e 14 derrotas). Lisca e o América tiveram um começo de Brasileirão fraco, com três derrotas seguidas no Brasileiro, mais uma eliminação dura na Copa do Brasil para o Criciúma, fizeram Lisca pedir demissão do América. O anseio do clube era reagir logo e evitar novo rebaixamento.
Vagner Mancini não “destrói” base de Lisca e eleva jogo do Coelho
Em negociação rápida, o América foi buscar Vagner Mancini para assumir o comando do time. Ele tinha a missão de fazer o time mineiro reagir e sair da zona de rebaixamento. E, Mancini teve trabalho, pois o Coelho s[o deixou a zona do rebaixamento no fim do primeiro turno, mas ficava a uma distância perigosa do Z4. Levou um tempo para se consolidar fora da “degola”, mas a tarefa estava feita e o time tinha um padrão definido, que já vinha com Lisca, sendo aprimorado por Mancini.
O treinador também contou com também com a ascensão de Ademir, que não vinha bem com Lisca. O atacante se tornou decisivo com seus 17 gols. Outra coisa positiva foi a chegada de Mauro Zárate, que elevou muito o nível do ataque americano.
Vagner Mancini surfava em uma onda positiva no Coelho e estava prestes a fazer história, podendo classificar o time para a Libertadores e ainda garantir o clube na Série A dois anos seguidos depois de 18 anos. Mas, uma proposta milionária do Grêmio mudou tudo.
Na 11ª colocação, com o time reagindo, o treinador aceitou tentar salvar o Tricolor do rebaixamento, algo que não conseguiu. Ele caiu com o time gaúcho. A proposta era de 700 mil reais de salários e um bônus de R$ 5 milhões se conseguisse evitar o rebaixamento.
Mancini comandou o Coelho em 21 partidas, somando sete vitórias, nove empates e cinco derrotas, tendo 47,6% de aproveitamento). Sob seu comando, o Coelho marcou 24 gols e sofreu 23.
Marquinhos Santos conclui “legados” de Lisca e Mancini e faz história
Vagner Mancini saiu do América no dia 14 de outubro. Quatro dias depois, o Coelho anuncia Marquinhos Santos, que fora demitido do Juventude. O treinador chegou avisando que iria manter o modelo de jogo dos antecessores, com foco na estrutura deixada por Mancini.
Deu certo. O time engrenou de vez, amealhou uma série de bons resultados e conseguiu uma vaga na Libertadores , na fase pré-grupos, ficou entre os 10 primeiros do Brasileirão, em oitavo, realizando sua melhor campanha na história da Série A. De quebra, garantiu pelo segundo ano seguido a permanência na primeira divisão, algo que não acontecia há 18 anos.
Marquinhos soube manter o que os outros técnicos fizeram e deu seu toque final na campanha especial do América em 2021. Ele comandou o time em 11 jogos , com seis vitórias, três empates e duas derrotas, aproveitamento acima de 80%.