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Absoluto em casa, Atlético-MG se organiza, coleciona recordes e vai em busca do bi da Copa do Brasil

Galo teve mais um ano de altos investimentos com a ajuda dos mecenas, mudou de treinador e viu a força no Mineirão ser mais uma aliada na briga por taças

Comemoração Atlético MG
imagem cameraAtlético-MG foi campeão do Brasileirão com 13 pontos de vantagem (Foto: Gilson Junio/W9 Press/LANCEPRESS!)
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Lance!
Belo Horizonte (MG)
Dia 11/12/2021
16:29
Atualizado em 12/12/2021
09:34

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Com um dos melhores elencos do país, o Atlético-MG saiu da fila e, enfim, acabou com a seca de 50 anos ao conquistar o bicampeonato do Brasileirão. Agora, porém, a missão é outra: ganhar pela segunda vez a Copa do Brasil. A temporada que começou com o título mineiro pode terminar com uma tríplice coroa para consolidar o grande trabalho de Hulk e companhia. O primeiro jogo da decisão acontece neste domingo, às 17h30, no Mineirão, e tem transmissão em tempo real do LANCE!.


O Atlético-MG começou o ano ainda sonhando com o título brasileiro de 2020 até meados de fevereiro, quando um empate com o Bahia decretou os 49 anos na busca pelo bi da competição. Naquela ocasião, a taça acabou sendo vencida pelo Flamengo na última rodada, mas o Galo fez a melhor campanha no segundo turno de sua história na Era dos pontos corridos com 20 clubes (desde 2006), somando 36 pontos. Isso já indicava a força que a equipe chegaria na temporada seguinte.

Veja como ficou a tabela do Brasileirão

Para além dos grandes nomes, como Hulk e Diego Costa, que estavam livres no mercado, e Nacho Fernández, um investimento de cerca de 6 milhões de dólares (R$ 32 milhões), o Galo já tinha um elenco recheado. No ano passado, vale lembrar, os mineiros haviam acrescentado ao grupo jogadores como Vargas, Mariano, Éverson, Zaracho, Keno e Guilherme Arana, contratado em 2021 em definitivo por R$ 14 milhões.

Além disso, o time contou com o retorno do zagueiro Nathan Silva, e com o volante Tchê Tchê e o lateral esquerdo Dodô. Algumas saídas ajudaram a aliviar a folha salarial, com o goleiro Victor (que virou gerente de futebol), os atacantes Marquinhos, Diego Tardelli e Marrony, além dos zagueiros Bueno e Gabriel. Assim, o valor gasto com o time profissional do Atlético não chega a R$ 180 milhões por ano, segundo divulgado pelo clube em setembro.

+ Veja as obras da Arena MRV em imagens exclusivas do LANCE!

MECENAS E DÍVIDAS

O balancete financeiro do Atlético-MG referente ao primeiro semestre de 2021 mostrou a manutenção da dívida global na casa de R$ 1,3 bilhão, a maior entre os considerados grandes clubes do Brasil. Entretanto, o passivo de curto prazo, que preocupava mais, diminuiu cerca de 20%. Isso graças à ação dos mecenas do clube (4 R's), que têm emprestado dinheiro a juros zero desde 2019. A previsão deles é que o Galo seja financeiramente independente até 2026.

O grupo de empresários já emprestou mais de R$ 500 milhões ao Atlético, com vencimentos até o segundo semestre de 2023, quando chega ao fim o mandato do presidente Sérgio Coelho. O 4 R's é formado por Ricardo Guimarães, Renato Salvador e Rubens e Rafael Menin. Rubens, com uma fortuna avaliada em US$ 2,2 bilhões, segundo a revista Forbes, é o principal nome do grupo, e tem empresas como a construtora MRV, o Banco Inter e a CNN Brasil.

A Arena MRV, por exemplo, é vista como uma das principais fontes para que o Atlético aumente a arrecadação. Foi de Menin a doação do terreno onde ficará o estádio, além de ter bancado R$ 60 milhões para adquirir os naming rights. Além de reforços como o técnico Jorge Sampaoli, Marrony (R$ 20 milhões), Allan (R$ 16,3 milhões), Alan Franco (R$ 13,4 milhões), Arana (R$ 11,7 milhões), entre outros, o mecenas ajudou o Galo a quitar uma dívida de R$ 4,4 milhões na Fifa relacionada a Maicosuel para evitar perda de pontos.

MUDANÇA DE TREINADOR

Depois de R$ 200 milhões investidos em reforços na temporada 2020, o Atlético perdeu Jorge Sampaoli para o Olympique de Marselha, da França, mas logo fechou a contratação de Cuca. O treinador, velho conhecido dos atleticanos enfrentou diversos protestos por parte de torcedores por conta da condenação por violência sexual, cometido quando ainda era atleta do Grêmio, em 1987. Ele foi detido por um mês na Suíça, ao lado do ex-goleiro Eduardo, do ex-zagueiro Henrique e do ex-atacante Fernando, depois de uma adolescente de 13 anos acusá-los de abuso no hotel da delegação tricolor, na cidade de Berna.

Em 1989, os quatro foram condenados à revelia, quando o acusado permanece em silêncio após ser citado, não apresentando resposta às alegações do autor e não comparecendo ao processo. A condenação de 15 meses de detenção a Cuca prescreveu antes de ser cumprida.

Em comunicado na época, o Galo afirmou que o assunto estava "superado" e ressaltou a confiança no treinador, que se diz inocente. "O clube afirma, ainda, ter absoluto respeito pelas mulheres, defende a bandeira da igualdade e repudia qualquer ato de violência ou discriminação, contra quem quer que seja", escreveu.

Pelos resultados em campo, o treinador, que hoje é exaltado nas arquibancadas do Mineirão, também foi pressionado, com direito a pichação no tapume da Arena MRV, futuro estádio do Galo. Meses depois, mesmo com todos os problemas anteriores, o clima é de exaltação. São 65 jogos, 44 vitórias, 13 empates e oito derrotas no comando do Galo, com 112 gols marcados e apenas 45 sofridos.

Cuca está segurando a ansiedade, mas já vê o título quase na mão do Galo
Cuca treina o Atlético-MG desde o começo da temporada (Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)

DECEPÇÃO NA LIBERTADORES E TÍTULO BRASILEIRO

A prioridade do Atlético era o Campeonato Brasileiro, o que ficou claro em entrevista pós-jogo do técnico Cuca. Entretanto, a Libertadores acabou sendo uma esperança palpável para o torcedor. Depois de passar invicto pela fase de grupos, com a liderança isolada da chave, o Galo deixou o Boca Juniors (ARG) para trás nas oitavas de final nos pênaltis e atropelou o River Plate (ARG) nas quartas. Na semifinal, porém, não teve boa atuação e empatou por 0 a 0 em São Paulo e 1 a 1 em casa, sendo eliminado.

No Brasileirão, porém, o Atlético seguiu caminhando tranquilo em direção ao título, confirmado após a vitória de virada por 3 a 2 sobre o Bahia, em Salvador. Em casa, por exemplo, a equipe tem 16 vitórias consecutivas, a melhor campanha disparada entre os mandantes, com 52 pontos conquistados contra 40 do Flamengo, em segundo.

RECORDES

A campanha histórica do Atlético-MG colecionou alguns recordes no Brasileirão e dentro do próprio clube. No campeonato, são 16 vitórias seguidas como mandante, o que nunca aconteceu na história da competição com 20 clubes e pontos corridos (desde 2006), além das nove vitórias consecutivas no torneio, ficando com nove ao lado do Internacional de 2020.

Foi também a segunda maior pontuação (84) e o segundo maior número de vitórias desde 2006, atrás apenas do Flamengo de 2019. Além disso, houve recorde de público no futebol brasileiro em 2021, com mais de 61,5 mil presentes no Mineirão, e o maior da história do próprio estádio desde 2013.

Esta foi a maior campanha dos pontos corridos do Atlético e o maior número de vitórias no Brasileiro, com 26 e 84 pontos. Além disso, em recordes internos, foi a melhor defesa (34 gols sofridos), melhor campanha como mandante (52 pontos), maior pontuação fora de casa (32 pontos), maior número de rodadas seguidas na liderança (24), melhor returno (42 pontos) e o melhor ataque (66) gols.

Agora, o Atlético-MG tem a missão de terminar o ano dando ainda mais alegrias ao torcedor com a disputa da Copa do Brasil. A primeira partida será neste domingo, às 17h30, contra o Athletico Paranaense, no Mineirão. A volta é no dia 15, quarta-feira, às 21h30, na Arena da Baixada.

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