O atacante Christian Pavón entrou com uma medida na Comissão Disciplinar da Conmebol com o pedido de extinção de sua punição de seis jogos na Copa Libertadores. Os advogados de Pavón consideram que o jogador não foi inscrito na competição por vingança do Boca Juniors.
Pavón recebeu punição de seis jogos na Libertadores após confusão nos acessos do Mineirão em partida do Boca Juniors contra o Atlético-MG nas oitavas de final da competição em 2021. Junto com Sebastian Villa, o atacante recebeu o pior gancho dentre os envolvidos.
Em teoria, a punição de Pavón seria paga nas partidas da fase de grupos do Boca Juniors na edição de 2022 da Libertadores. Entretanto, ao saber que o atacante havia se acertado com o Atlético-MG, o time argentino optou por não o inscrever no torneio, de forma que os jogos da punição não foram contabilizados.
Na reclamação com a Conmebol, os advogados do jogador consideram que Pavón já haveria pago as partidas de suspensão, e que a não-inscrição na Libertadores aconteceu por vingança do Boca Juniors.
Em entrevista ao ge, Gustavo Nogueira, advogado de Pavón, fala sobre os princípios da Justiça e Equidade para extinção da punição do jogador.
- As premissas que utilizamos para solicitar o fim da punição a Pavón estão debruçadas nos princípios da Justiça e Equidade. O que quero dizer: o jogador deliberadamente foi impedido de cumprir a pena dos seis jogos pelo clube, ao não ser inscrito na Libertadores. Enquanto todos os outros punidos pela Conmebol foram inscritos e estavam aptos para os jogos das oitavas de final contra o Corinthians. O Boca Juniors poderia inscrever 50 jogadores na fase de grupos, e inscreveu apenas 45 jogadores. Ele foi encostado do elenco, inclusive impedido de exercer a sua função laboral. O que já poderia ter sido utilizado pelo mesmo, mediante regras da própria Fifa, para solicitar a rescisão unilateral a antecipada do contrato com o Boca - disse o advogado em entrevista ao ge.
Apesar de se tratar de uma situação complexa, os advogados têm confiança na extinção do gancho do jogador. Caso o pleito não seja aceito pela Comissão Disciplinar da Conmebol, o atacante poderá recorrer ao Comitê de Apelação da Confederação Sul-Americana e, em último caso, ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça.
Os advogados de Pavón também creem na possibilidade de uma extinção parcial da pena. "Por exemplo: que reduza de seis para três jogos, e que os outros três jogos fiquem na geladeira por um período de tempo determinado", explicou Gustavo Nogueira ao ge.
O Atlético-MG tenta a liberação de Pavón já para o confronto das quartas de final da Copa Libertadores contra o Palmeiras. A partida de ida das duas equipes ocorrerá entre os dias 2 e 4 de agosto. Até lá, é esperado que o Tribunal da Conmebol já tenha emitido um parecer sobre o caso do atacante.