Como o Atlético-MG virou intruso na disputa entre Flamengo e Palmeiras pela hegemonia do futebol brasileiro
Galo se fortaleceu fora de campo, teve uma grande injeção de dinheiro e montou uma equipe capaz de brigar de igual para igual com as potências nacionais
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Um dos maiores clubes do Brasil. Uma torcida apaixonada. Um casamento perfeito. Mas um jejum incomodava. Um jejum difícil de ser ignorado. Primeiro campeão do Brasileirão, em 1971, o Atlético-MG nunca mais pôde celebrar o título nacional. Até esta quinta-feira, 2 de dezembro de 2021. Porque finalmente o torcedor pode soltar mais aguardado dos gritos: o Atlético-MG é o campeão brasileiro da temporada. Mas o que aconteceu para o Galo se transformar em uma potência financeira e resgatar os momentos de glórias? O LANCE! explica.
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OS 4 R'S
Tudo começou com a entrada dos 4 R's no Galo. Ainda na gestão de Sérgio Sette Câmara, o empresário Rubens Menin, seu filho Rafael Menin, o banqueiro e ex-presidente do Galo Ricardo Guimarães e o empresário Renato Salvador entraram para contribuir na gestão.
Quando chegaram, entre o fim de 2019 e início de 2020, o clube vivia situação financeira delicada. Apesar de Sette Câmara sempre falar em "austeridade financeira", a realidade do Galo dizia outra coisa: os problemas econômicos eram fortes, o que impossibilitava a montagem de um time competitiva e resultava em dificuldades para debitar pagamentos. Os gastos com atletas que não tinham potencial eram enormes: Denilson e Edinho são dois rápidos exemplos. Era preciso reajustar as coisas.
Vale ressaltar que mesmo antes de entrarem com tudo para dentro do Atlético, os empresários já davam boas contribuições ao clube. Rubens Menin, por exemplo, doou o terreno onde o Galo faz a construção da sua nova arena e, ainda por cima, comprou os naming rights do local, que passou a se chamar Arena MRV.
Dentro do clube, os empresários passaram a trabalhar a vida financeira da agremiação. Havia, no entanto, um claro entendimento que não teria como ter sucesso sem um grande time. A busca por marketing e ações inovadoras também aconteceram. O projeto Manto da Massa, por exemplo, que deixa a torcida desenhar a camisa, coloca em votação e depois a vencedora é vendida ao público. Algo incomum no cenário brasileiro.
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BUSCA POR UM TREINADOR DE NÍVEL
O Galo começou a temporada de 2020 com o venezuelano Rafael Dudamel como treinador. Não deu certo e, após sua demissão, os dirigentes buscaram Jorge Sampaoli para um projeto grandioso. Com o argentino, o Atlético finalizou o Brasileirão na terceira colocação, três pontos atrás do campeão Flamengo, o que gerou uma sensação amarga de que os muitos tropeços condicionaram a campanha alvinegra. Mas não dava para chorar o leite derramado sem tempo suficiente. Por causa da pandemia, a temporada acabou e começou na semana seguinte.
Campeão da Libertadores de 2013, Cuca voltou ao Galo para ser campeão do Brasileirão de 2021
Sampaoli, porém, resolveu largar o projeto no meio e ir em busca de um de seus objetivos profissionais: treinar um grande clube na Europa. Com alguma demora, o Atlético foi em busca de Cuca.
Antes de fechar com o profissional, o Atlético tentou anunciar Renato Gaúcho, mas os negócios não avançaram, e Portaluppi seguiu no Grêmio - meses depois trocou o Tricolor pelo Flamengo. Com Cuca, campeão da Libertadores de 2013, o Galo se reorganizou, arrancou na temporada e não deu brechas para os adversários no campeonato nacional
ELENCO 'GALÁTICO'
A montagem do elenco também precisa ser ressaltada. O Atlético tem hoje um dos melhores times da América do Sul. Com destaques para nomes internacionais como Hulk e Diego Costa, além do lateral-esquerdo Guilherme Arana, presença constante na Seleção Brasileira.
Com organização e planejamento, o Atlético virou uma potência do futebol brasileiro. Mas a fome do Galo é insaciável: a expectativa é de melhorar o plantel visando novas conquistas. O objetivo agora é o Mundial de Clubes.
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