Atlético-MG fecha 2021 com dívida na casa de R$ 1,3 bilhão, mas tem superávit de R$ 101 milhões
No "Galo Business Day", o clube mineiro expôs sua vida financeira, inclusive seu grande passivo, que segue sendo um dos maiores do futebol brasileiro
O Atlético-MG fez um novo demonstrativo da vida financeira do clube, no evento "Galo Business Day", nesta quinta-feira, 5 de maio. O evento realizado na sede do clube trouxe uma dura realidade, com a confirmação de uma dívida muito alta, que chegou a bater a marca de R$1,312 bilhão, segundo o balanço de 2021. O valor é superior ao de 2020, quando o Galo devia cerca de R$ 1,234 bi ao fim do ano.
Visando reduzir as dívidas, o Atlético negociou os débitos com Supermercados BH e à família Guimarães (dona do Banco Bmg), sendo R$ 77 milhões ao todo. Além disso, o Galo abriu mão este ano de estar no PROFUT, na modalidade PGFN não previdenciários, além de deixar a Transação Tributária Excepcional em relação a débitos previdenciários e não previdenciários, que foi aderida pelo clube em dezembro de 2020, gerando uma redução de dívida tributária para o Galo em R$ 51,414 milhões.
O diretor financeiro do Galo, Paulo Braz, explicou como está a real situação do alvinegro.
- Quando nós olhamos, de fato, a questão da pressão de caixa e tiramos a negociação que fizemos de R$77 milhões, transformando em espaço publicitário (dívida com Ricardo Guimarães), esse endividamento cai para R$1,235 bi. O evento subsequente, que foi a negociação que fizemos com o estado, teve uma redução de mais de R$51 milhões - disse Paulo Braz.
Foi a segunda edição do evento financeiro do Atlético. A dívida do time mineiro cresceu de 2019 para 2022. Saltou de R$ 747 milhões para os atuais R$ 1,312 bilhão.
Em contra partida, o clube teve um superávit impulsionado pelo grande ano do time profissional, que venceu três títulos. No total, foram R$ 757 milhões de arrecadação bruta (R$ 505 milhões de receitas operacionais) no ano de 2021. Assim, fechou o ano passado com R$ 101,8 milhões de superávit.
Como está a dívida do Galo atualmente:
- 38% - onerosa: provenientes especialmente de dívidas bancárias e obrigações trabalhistas e sociais;
-36% - não onerosa: oriundas do empréstimos dos apoiadores e investimento em atletas;
-21% - profut/parcelamento de impostos: programas de refinanciamento de dívidas fiscais;
-5% - receitas antecipadas: Referem-se, principalmente, à antecipação de receitas de patrocínios a partir das renegociação da dívidas com a Família Guimarães.