Galo na Veia: com mais de 126 mil sócios e maior base do país, Atlético-MG quer crescimento com Arena
Clube mineiro venceu desafios da pandemia e contou com o alto engajamento da torcida, além da boa fase, para dar um 'boom' no programa de associados
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A força do Atlético-MG não está apenas dentro do campo ou nos altos investimentos feitos nas últimas duas temporadas. Fora das quatro linhas, o clube esbanja o maior programa de sócios-torcedores do Brasil com uma evolução expressiva. De acordo com o balanço financeiro de 2020, o Atlético passou de 19.283 sócios em dezembro de 2019 para 58.091 no ano seguinte. Atualmente o programa conta com mais de 126 mil associados, números que só crescem. No orçamento de 2021, a previsão era arrecadar R$ 24,2 milhões.
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O Atlético tem cinco modalidades do Galo na Veia, todas com prioridade na compra de ingressos dos jogos em casa, além de descontos para a aquisição das entradas das modalidades mais caras. A ideia é lançar uma nova categoria, com arrecadação exclusiva para a equipe feminina. Para a cogestão do programa, o Galo conta com a parceria da Agência End To End. Em entrevista ao LANCE!, o CMO da empresa, Bruno Brum, falou sobre o sucesso da parceria.
Veja a tabela do Brasileirão
- O trabalho que hoje resulta nessa nova fase do programa de sócio do Atlético começou em março de 2020. Assim que a pandemia atingiu o mundo todo e gerou uma queda gigantesca de receita no futebol começamos a repensar o Galo Na Veia junto com o clube. Três coisas foram fundamentais para chegarmos nesse número: 1) Engajamento e entrega da Massa Atleticana, que mesmo durante um período muito difícil, onde todos os clubes perderam quase 40% dos seus sócios, esteve muito presente e nunca abandonou. 2) A construção do Manto da Massa como um objeto de desejo que pudesse suprir o espaço deixado pelo ingresso e fosse percebido como valor pro sócio-torcedor. 3) O desempenho esportivo e a volta dos ingressos, que potencializou muito esse crescimento na reta final do campeonato - afirmou.
MINEIRÃO PARA SÓCIOS E ARENA MRV
O Atlético-MG tem os seis maiores públicos deste Campeonato Brasileiro, sendo o maior justamente na partida de entrega da taça, contra o Red Bull Bragantino, com 61.573 presentes, e tem lotado o Mineirão desde o retorno dos torcedores ao estádio. A média é de 42.300 atleticanos, a terceira maior na era dos pontos corridos (desde 2003). Assim como na atual casa dos mineiros, a ideia é que na Arena MRV, com inauguração prevista para 2023, os sócios sejam todos ou a maioria, além de outras vantagens.
- Nossa meta era chegar na volta do público ao estádio com mais números de sócio do que espaço no Mineirão. Esse era o objetivo. Com a volta da torcida e o desempenho esportivo em alta, gerar a percepção de vantagem no acesso pro sócio Galo Na Veia. Isso acelerou ainda mais o crescimento do programa nos últimos meses e no último jogo, por exemplo, toda a carga de ingresso foi comprada por sócios. Isso é cíclico e a ideia é manter a roda girando. Temos um grande desafio para o próximo ano que é a renovação dos sócios e a manutenção dessa percepção de valor no programa já visando a Arena MRV e as novidades e possibilidades que estão por vir com a nova casa - explicou Bruno Brum.
PANDEMIA E PROJETOS
Um dos grandes desafios dos clubes durante a pandemia da Covid-19 foi manter o interesse dos torcedores nos programas de sócios, além da dificuldade financeira que a população brasileira segue atravessando. Se a maioria viu os números caírem drasticamente, no Galo o caminho foi inverso. Uma das ações de maior sucesso foi o Manto da Massa, no qual os sócios tinham desconto e prioridade na aquisição. Essa camisa especial foi lançada em 2020 e, por conta dos ótimos números, repetida em 2021.
- Quando o coronavírus paralisou o futebol, a maior parte dos clubes ficou inerte, sem reação. O Atlético teve um mérito muito grande, que foi ser ousado em um momento de crise. Do início da pandemia para cá, o Galo na Veia cresceu mais de 400% enquanto a maior parte dos clubes perderam sócios e receita. O segredo está na maneira como o Atlético encarou o momento. Tirou um projeto inédito do papel como o Manto da Massa, deu protagonismo pro torcedor, estreitou relacionamento com lançamento do aplicativo, criou novos planos, trouxe patrocinadores para participar, facilitou o acesso com débito automático no BMG, construiu valor fora dos jogos, etc - disse o CMO.
- Para o ano que vem a ideia é que o programa continue evoluindo. Nossa mentalidade é de que o Galo Na Veia seja cada vez mais uma plataforma de relacionamento que aproxime o torcedor do clube e menos somente um lugar na fila de ingresso. Temos algumas coisas projetadas e em evolução como o GNV Vingadoras, o primeiro plano entre os grandes de sócio exclusivo pro futebol feminino, outros planos que permitam mais vantagens para nichos diferentes, a aposta cada vez maior em inovação, o avanço na automatização do time de atendimento para atender melhor a demanda de interação dos Atleticanos e algumas outras iniciativas que estão vindo por aí - completou.
O Atlético passou de uma receita de R$ 9,5 milhões com sócios-torcedores em 2020 e deve fechar 2021 com cerca de R$ 14 milhões. Além dos desafios que o clube teve ao longo dos últimos meses com a pandemia, agora o objetivo será repensar outras formas de aumentar os ganhos com o programa, além de aproximar quem também não pode comparecer com tanta frequência aos jogos.
- Construir projetos, campanhas e ativações que mostrassem pro torcedor que se manter adimplente não era só uma questão de doação, que mesmo ele estando engajado em ajudar o clube, ele também teria benefício em ser sócio do Galo Na Veia durante aquele momento. O maior desafio foi conseguir fazer com que isso se tornasse realidade. Além do Manto da Massa, que tinha um desconto agressivo pro sócio, o Atlético teve outras iniciativas relevantes para manter essa atratividade como a parceria com a Solatio, onde o sócio tem até 20% de desconto na conta de luz, as ativações com a Brahma com cupons no Zé Delivery, ativações na Arena MRV com exclusividade, camisas personalizadas com nomes dos sócios e outras ativações que demonstraram a importância de ser sócio-torcedor do clube e jogar junto nesse momento difícil - finalizou.
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