L! Espresso: Sai Cuca, entra Jesus? Escolha de técnicos no Brasil ainda é mais caos do que razão

Como peças caindo em um tabuleiro de xadrez, o mercado da bola sofreu uma reviravolta ontem e com alto impacto para o futebol brasileiro.

Primeiro, o Benfica confirmou a saída de Jorge Jesus, que está livre para assinar com outro clube. Quase simultaneamente, o Atlético-MG confirmou o pedido de demissão de Cuca, que ainda se comprometeu a não assumir outro clube em 2022.

As duas notícias parecem indicar um caminho livre para o Galo investir em Jesus, o que cria uma pressão ainda maior sobre o Flamengo, que falhou na tentativa de resgatar o treinador e precisou investir num plano B: Paulo Sousa, que decidiu abandonar a seleção da Polônia.

Não é a primeira vez que Cuca e Jesus agem de forma controversa. O campeão brasileiro pelo Atlético fez o mesmo após ganhar o campeonato em 2016 com o Palmeiras e perder a decisão da Libertadores com o Santos no ano passado. O português, por sua vez, permitiu novamente que os rumores sobre uma mudança de casa abalassem os bastidores dos times envolvidos - assim como em 2020, ao deixar o Flamengo após a conquista do estadual.

A obsessão dos clubes brasileiros por treinadores estrangeiros faz bastante sentido quando se torna claro que estão neles as melhores chances de evoluir por aqui, mas ainda existe uma espécie de relação pouco saudável, em que a maioria se torna refém dos humores e da ambição destes profissionais retornarem à Europa na primeira oportunidade.

Jorge Jesus no Atlético-MG, enfrentando logo de cara o Flamengo na Supercopa do Brasil, seria, no mínimo, divertido. Mas seria também um sinal de que o caos nas escolhas ainda é muito maior que a razão.

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