LANCE! Espresso: O Atlético-MG venceu em uma noite triste da Copa Libertadores
O incrível mundo da Libertadores, onde se tem vacina, mas o bom senso segue em falta
Jogadores desabando em campo, com dificuldades para respirar, árbitro precisando interromper a partida a todo momento.
Esta cena aconteceu na noite de ontem, na partida entre América de Cali e Atlético-MG, enquanto no entorno do estádio Romelio Martínez, em Barranquilla, manifestantes soltavam bombas de gás lacrimogêneo em protesto contra a reforma tributária na Colômbia.
A revolta já havia começado na quarta, durante Atlético Junior x River Plate, e se intensificou ainda mais diante da passividade da Conmebol, que fechou os olhos para o aviso claro da população local: "Sem paz, sem futebol". A entidade se viu pressionada em não adotar qualquer decisão radical, afinal, daqui a um mês a Colômbia é uma das sedes da Copa América.
A decisão na volta para o segundo tempo, então, foi tão previsível quanto absurda: seguir com a partida normalmente, ainda que o caos absoluto permanecesse do lado de fora do estádio. A Conmebol não pode nem alegar que foi pega de surpresa: já havia adiado uma partida do quando a tensão começou a crescer no país.
A bola continuou rolando, num descolamento absoluto da convulsão social a poucos passos dali. Ah, o Galo venceu e está classificado para as oitavas de final. Uma noite normal o incrível mundo da Libertadores, onde se tem vacina, mas o bom senso segue em falta.
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