Mudanças funcionam, e Atlético-MG tem crescimento no sócio-torcedor
Mesmo com a crise provocada pelo novo coronavírus, diretoria do Galo implementou novidades e teve resultados positivos em seu programa de sócios nos últimos meses
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Antes da pandemia da Covid-19, o Atlético-MG tinha no início do ano passado 20 mil sócios Galo na Veia, seu programa de relacionamento com o torcedor, em suas diversas modalidades. Passado um ano, esse número quase triplicou, saltando para 52 mil sócios, um ganho de 32 mil novos adeptos.
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Além do time mineiro, apenas São Paulo, Ceará e Fluminense conseguiram novos sócios. Como o Atlético conseguiu crescer em um período de crise? Como o departamento de marketing e comercial “ se virou” para manter um mínimo de arrecadação fixa sem as receitas dos jogos, com os estádios fechados? O clube mineiro precisou contar mais do que nunca com a Massa Alvinegra, fanática por tudo que envolve o Galo.
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Mudanças e incremento no programa sócio-torcedor
A estratégia inicial foi reformular o seu programa de sócios-torcedores. O“Galo na Veia” virou “Galo na Veia Série A”, uma provocação direta ao Cruzeiro, que estava prestes a iniciar a disputa na Série B. O programa foi dividido em quatro pacotes: Galo na Veia Preto, Galo na Veia Prata, Galo na Veia Branco e Galo na Veia Kids. A nova proposta era oferecer planos com preços populares e descontos em ingressos.
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O Galo na Veia Preto foi pensado para o frequentador assíduo dos jogos do Atlético-MG. Seu valor foi reduzido para R$ 360 por ano, podendo ser parcelado em até 12x de R$30. As outras categorias também entenderam o hábito de consumo do torcedor. O Galo na Veia Prata contemplou quem vai aos jogos, mas não em todos. A categoria Preta. foi de R$ 240 por ano, podendo ser parcelado em até 12x de R$20. A categoria Branca seguiu a mesma lógica de saber a frequência ida aos jogos e foi criado para quem vai ao campo de vez em quando, tendo o valor de R$ 120 ao ano, também com parcelamento em 10 vezes.
Por fim, houve uma sacada do clube, ao criar o Galo na Veia Kids, um bônus para quem é sócio das categorias Preto, Prata e Branco , custando R$ 120 por ano, podendo ser parcelado O limite de idade do usuário Kids é de 11 anos, tendo um cartão específico para ser carregado sempre que a criança for ao estádio com o responsável.
O resultado foi imediato, pois houve aumento na adesão sem uma partida oficial a ser vista pelos torcedores. O clube conseguiu arrecadar mais de R$ 11 milhões e prevê crescimento em 2022, com a inauguração do seu estádio, a Arena MRV. O Galo quer ter 100 mil sócios e arrecadação de R$ 100 milhões.
-A média do Atlético de matchday, de 2013 a 2019, de matchday, que inclui sócio torcedor e bilheteria, foi muita aquém. Times como Grêmio e Inter, que têm torcidas parecidas com a nossa e estádio próprio, tiveram uma receita três vezes maior do que a do Galo. Isso mostra que o que está sendo planejado não tem nenhum devaneio. Estamos olhando o que está sendo praticado e comparamos com a nossa torcida-disse Rafael Menin, conselheiro, e que compõe o colegiado diretivo do Galo.
Manto da Massa: o “Pulo do Galo”
Se o sócio-torcedor teve boa resposta, a grande jogada do Galo em 2020 foi o concurso “Manto da Massa”. A proposta surgiu do departamento de marketing do clube em deixar que um torcedor criasse um modelo de camisa do alvinegro para ser produzida pela Le Coq, fornecedora de uniformes do Atlético.
O sucesso foi instantâneo. O modelo vencedor gerou vendas de R$ 20 milhões, com 110 mil unidades comercializadas, com um lucro líquido de R$ 9 milhões. A demanda foi tão alta, que o Atlético teve de montar uma operação de “guerra” para fazer as entregas, já que a logística não estava funcionando bem.
Para incentivar a adesão ao sócio-torcedor, o Galo vendeu o Manto da Massa com preço promocional de R$ 169,99 nas primeiras 92 horas após o lançamento, exclusivamente para os sócios Galo na Veia. Após esse prazo, o valor será de R$ 225,99. Torcedores que não estavam no programa pagaram R$ 269,99 e só podiam adquirir a camisa cinco dias depois dos sócios.
Em 2021, o clube, ainda sem as receitas dos jogos, lançou o Manto da Massa 113, em alusão aos 113 anos do clube, que recebeu 559 projetos, com os 13 finalistas escolhidos. O vencedor será conhecido no dia 12 de julho e o Galo crê em incremento no sucesso de vendas, já que a edição limitada de 2020 superou as expectativas nas encomendas. Este ano já há uma preparação adequadas para atender o torcedor, que com o forte time montado para a temporada, tende a ir às compras com mais afinco.
A receita do Manto da Massa entrou como um incremento de renda não previsto, graças a um trabalho efetivo do marketing alvinegro, que se empenhou em usar todos os canais do clube (redes sociais principalmente) para gerar valor aos patrocinadores e ainda conseguir mais uma possibilidade de gerar receitas, com lives e eventos online em que os atleticanos podem fazer doações em dinheiro.
Investimento em produtos digitais
O Atlético-MG foi o primeiro clube de futebol da América do Sul e um dos primeiros do mundo a colocar no mercado, via leilão, um NFT de obra digital única e exclusiva, que representa grande momento de sua história.
O NFT é como um certificado digital que indica originalidade e exclusividade a bens digitais, como as artes criadas nas camisas alvinegras. Os NFTs estão se tornando um bem valioso, com compras milionárias terem desse tipo de produto.
O produto NFT é digital e pode ser usado com imagens, fotos, vídeos, músicas, entre outras coisas, Por ser algo original, a propriedade do produto é individual e pode ser revendido pelo dono.
-O Atlético quer diversificar suas fontes de receita e, para isso, está de olho nas principais novidades tecnológicas existentes no mundo. É uma oportunidade de oferecer a colecionadores de todo o planeta uma obra digital, feita com exclusividade-afirmou Plínio Signorini, CEO do Clube.
Um quadro da defesa do goleiro Victor foi vendido por R$ 26 mil. Agora, o clube lançou camisas históricas em formato digital. Serão oferecidas, diariamente, 100 unidades das obras 2D em venda direta, com valores acessíveis, por 30 reais. Já dos modelos 3D serão ofertadas 10 unidades totais, que poderão ser arrematadas via leilão, durante sete dias, com lance mínimo de 100 reais e máximo de 1.000 reais.
O Galo também fechou parceria com a empresa Sorare para ter seu fantasy games. Com isso, os torcedores de qualquer local do planeta, podem adquirir cards oficiais e digitais dos jogadores para escalar seus times e concorrer a diversos prêmios.
Outra inovação foi o um app de realidade aumentada, quando o torcedor pode fazer vídeos ao lado dos jogadores em movimento, fazendo embaixadas, comemorando gols, com o celular. A ideia do app é aproximar o torcedor ainda mais do time e por consequência, dos produtos que o clube oferece, ganhando novas fontes de receitas apostando no relacionamento com o torcedor.
Projeções de receitas com o torcedor nos próximos anos:
Sócio-torcedores:
Janeiro de 2020 - 19.283
Dezembro de 2020 - 58.091
Meta 2022 - 100 mil
Receitas de matchday:
2020 - R$ 11 milhões
2021 - R$ 40 milhões*
2022 - R$ 50 milhões
2023 - R$ 100 milhões
2024 - R$ 104 milhões
2025 - R$ 109 milhões
2026 - R$ 110 milhões
*sem pandemia
Receitas comerciais:
2019 - R$ 22 milhões
2020 - R$ 30 milhões
2021 - R$ 42 milhões
2022 - R$ 48 milhões
2023 - R$ 77 milhões
2024 - R$ 83 milhões
2025 - R$ 91 milhões
2026 - R$ 94 milhões
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