A noite dos jogadores, diretoria e do técnico do Atlético-MG, Vagner Mancini foi temerária. Não só dentro de campo, pela derrota por 2 a 0 para a Chapecoense, em casa, em duelo da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O torcedor alvinegro protestou, xingou e direcionou sua raiva para todos que representam o clube no momento. A birra do atleticano foi sentida depois da partida, tanto que Vagner Mancini, técnico do Galo, teve de contemporizar as críticas e evitar absorver o impacto do dissabor vindo das arquibancadas.
-Você tem que ter sintonia fina no vestiário, ao longo dos dias e dos treinos, para ver o quanto isso pesa na atuação do jogador, no desempenho geral do treinador. O quanto a vaia do torcedor interfere na qualidade de jogo do atleta. Quando percebo isso, sou o primeiro a poupar o jogador e também o torcedor. Óbvio que quando vem o manifesto do torcedor, ele tem influência no jogo. Nós falamos e respeitamos as vaias no fim do jogo. Durante o jogo, é importante que ele jogue com a gente. E ele jogou com a gente hoje. Acho que faltou mais dentro de campo chamar o torcedor do que o contrário- disse o treinador que confessou estar vivendo algo inédito na carreira dentro do futebol.
-No primeiro eu já fui chamado(de burro), lá em Maceió. Em 15 anos de carreira, é a primeira vez que tenho que lidar com isso. Quando você tem alguma coisa para brigar contra, eu ao menos sou assim. Isso depende muito da personalidade. Eu enfrento os problemas, nunca virei as costas para os problemas. Torcedor precisa sentir confiança no que joga. Sinceramente, não houve nada disso nos dois últimos jogos. Tem que entender o manifesto. Sinceramente, eu não ligo, porque a gente aqui no Brasil já aprendeu com as coisas que são faladas durante o jogo. A minha opinião não importa. O que importa dizer é que vamos trabalhar para o quadro ser outro que está- comentou.
Por fim, Vagner Mancini mostrou otimismo sobre a permanência do Galo na primeira divisão apesar da queda vertiginosa da equipe no Brasileiro, com apenas duas vitórias em 15 jogos.
- Eu, particularmente, não acredito. Mas é óbvio que o torcedor saiu daqui pensando nisso, porque estamos perto de pontuação. São nove jogos, temos capacidade de sair. Nosso pacto era nestes três jogos, somar pontos importantes e que pudéssemos sonhar com outro patamar. Ainda há tempo para isso. Eles podem reagir já no sábado, contra o Fortaleza- concluiu.
Fortaleza e Atlético-MG jogam no sábado, 2 de novembro, às 17h, no Castelão, na capital cearense.