Presidente do Atlético-MG detona Mineirão e cogita jogar fora de Belo Horizonte; estádio se defende

Presidente do Atlético-MG, Sergio Coelho é mais um que disparou contra a atual administração do Mineirão. O dirigente reclamou do estado do gramado, dos custos elevados de operação e do excesso de eventos artísticos, quando a prioridade, segundo ele, deveria ser as partidas de futebol. 

- Nós temos muitas dificuldades com o Mineirão, primeiro pelo gramado. Onde jogam os principais times do Brasil, dos quais Atlético e Cruzeiro fazem parte, nosso gramado é o pior deles. (...) Reclamamos também do altíssimo custo de operação de um jogo. É elevadíssimo. A gente tenta abaixar, e não consegue. (...) E o pior de tudo isso, são as datas de shows, a gente sabe que o Mineirão é multiuso, a gente  não quer exclusividade, só queremos preferência - disse Coelho, em entrevista à Itatiaia.  

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Com relação ao calendário, Sérgio Coelho lembrou que o Galo pode perder três jogos importantes na temporada em detrimento de shows. Os jogos incluem uma eventual partida pela Libertadores e o primeiro confronto da final do Campeonato Mineiro, que não será disputado no Mineirão.

- São três datas nos próximos meses que terão shows, e nós, certamente, não poderemos jogar no Mineirão. Lembrando aqui as datas: tem um show no dia 18 de março, e, se o Atlético estiver na terceira fase da Libertadores, nós temos um jogo no dia 15 de março. (...) A montagem do show do dia 18, começará no dia 13, então nós não vamos poder jogar. Tem a semifinal também, me parece que o jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro, que, se Atlético ou Cruzeiro for um desses clubes, não poderão jogar, como também a primeira partida da final, no dia 01 de abril.

O excesso de shows, inclusive, foi o grande motivo que fez com que Ronaldo Fenômeno, gestor do futebol do Cruzeiro, rompesse o contrato com a concessionária que administra o estádio. Nesta temporada, a Raposa mandará seus jogos na Arena Independência, em Belo Horizonte. Do lado do Atlético, Sérgio Coelho pode seguir pelo mesmo caminho, mas também cogitou jogar fora da capital mineira. 

- A sensação que eu tenho, é que o Mineirão nos vê (o futebol mineiro) como um subproduto. Da mesma forma que o Cruzeiro está saindo para jogar no independência, nós já temos algumas partidas marcadas no Independência, nós já temos convites para jogar em algumas arenas fora de Belo Horizonte. A gente tem que buscar soluções para os nossos problemas - finalizou. 

MINAS ARENAS SE DEFENDE
O Mineirão, por sua vez, se defende das acusações. Em um material direcionado à imprensa, a Minas Arena, que administra o estádio, afirma que precisa dos shows para ser lucrativo durante o ano, como foi em 2022, quando recebeu 156 shows. 

Por outro lado, a concessionária reconhece que, eventualmente, é prejudicado em relação ao gramado. No entanto, afirma que o campo não perde a "jogabilidade" e, em caso de dano irreparável, opta pelo replantio em áreas mais prejudicadas.